Commodities despencam após fim de tarifas de Trump sobre produtos brasileiros
Commodities caem com fim de tarifas Trump sobre Brasil

Os mercados financeiros reagiram com intensidade nesta sexta-feira, 21 de novembro de 2025, após a decisão do governo norte-americano de eliminar as tarifas extras de 40% que incidiam sobre produtos agrícolas do Brasil. A medida, que havia sido implementada pelo ex-presidente Donald Trump em 6 de agosto, foi revogada após o encontro entre os presidentes Lula e Trump na Malásia.

Queda expressiva nos preços das commodities

Nos mercados futuros da Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nimex), os contratos para entrega em dezembro registraram quedas significativas. O café apresentou variação negativa entre 4,48% e 11,90%, negociando entre US$ 388,50 e US$ 358, após ter atingido o recorde de US$ 437,95 em 23 de outubro.

O cacau também sofreu baixa expressiva, com recuo de 3,13% nos contratos para março. A carne bovina registrou quedas de 1,21% no contrato de boi gordo e até 3,52% nos contratos de novilhos, refletindo a expectativa do retorno da carne brasileira ao mercado americano.

Outros produtos também sentiram o impacto:

  • Madeira serrada: baixa de 0,30% nos contratos para janeiro
  • Suco de laranja: leve declínio de 0,55%

Reação das ações brasileiras no mercado

No mercado acionário brasileiro, as ações dos frigoríficos exportadores apresentaram comportamento misto. Após uma forte alta inicial na B3, os papéis recuaram parcialmente, mas mantinham território positivo por volta do meio-dia.

A JBS-Friboi liderava as altas às 12h30, com valorização de 2,66% a R$ 74. A Marfrig registrava alta de 0,84%, enquanto a Minerva subia 0,38%.

Dólar sobe com fortalecimento do mercado americano

O mercado financeiro brasileiro, que não operou na quinta-feira por conta do Dia da Consciência Negra, reabriu com forte alta do dólar. A moeda norte-americana saltou de R$ 5,3302 para R$ 5,4150 por volta das 13h, representando alta de 1,55%.

Esse movimento foi influenciado pelos dados positivos do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que mostraram a criação de 119 mil novos postos de trabalho em setembro - mais que o dobro dos 50 mil esperados pelo mercado.

O cenário fortaleceu entre os operadores a expectativa de que o Federal Reserve Bank fará uma pausa na redução de juros na reunião de dezembro, o que também diminuiu no Brasil a expectativa de queda da taxa Selic em janeiro.

Perspectivas econômicas para 2026

O Banco Bradesco projetou crescimento do PIB brasileiro de 1,5% em 2026, após expansão esperada de 2,0% em 2025. Segundo a instituição, o consumo das famílias deve liderar o crescimento no próximo ano, com expansão projetada de 2,1%.

Essa resiliência é explicada principalmente pela massa de renda que permanece sustentada por três fatores principais: desemprego deve se manter em patamar baixo (passando de 6% em 2025 para 6,6% em 2026), salários crescendo acima da inflação e medidas recentes de política fiscal que aumentam a renda disponível das famílias.

O banco projeta que a massa de renda ampliada das famílias terá expansão real de 3,6% em 2026, sustentando a atividade econômica mesmo em um ambiente de política monetária restritiva.