
Brasília fervilhava nesta quarta (17) com uma daquelas decisões que deixam todo mundo de cabelo em pé — e não, não foi por causa do ar-condicionado quebrado no plenário. A Câmara, num daqueles acordos que mais parecem negociação de feira livre, deu sinal verde para usar uma fatia do bolo do pré-sal no acerto de contas do agronegócio.
Não foi unanimidade, claro. A votação foi tão dividida quanto torcida em clássico de futebol — 287 a favor, 134 contra. Os ruralistas comemoraram como se tivessem colhido a safra do século, enquanto a oposição resmungava sobre "privatização disfarçada".
O que muda na prática?
Basicamente, o governo pode agora:
- Usar até R$ 15 bilhões dos royalties do petróleo
- Renegociar dívidas de produtores rurais
- Alongar prazos em até 10 anos (isso se o Senado não criar caso)
"É salvação ou salve-se quem puder?", questionou um deputado da bancada ambientalista, enquanto ajustava o microfone com aquela cara de quem já sabe a resposta.
O jogo político por trás dos números
O placar mostrou a força da base governista — PL, PP e Republicanos votaram como se tivessem combinado no zap. Já PSOL e PDT fizeram coro contra, chamando a medida de "remédio amargo com gosto de privilégio".
Curiosidade: 17 deputados simplesmente deram no pé da votação. Será que esqueceram o celular no gabinete?
Enquanto isso, nas redes sociais, a briga estava tão acirrada quanto no plenário. De um lado, memes com tratores abraçando plataformas de petróleo. Do outro, charges de vacas mamando nas tetas do pré-sal. Internet sendo internet.
E agora?
A bola vai para o Senado, onde a coisa pode esquentar — ou virar um mero trâmite burocrático. Depende de quantos cafezinhos o governo estiver disposto a pagar nos bastidores.
Uma coisa é certa: o tema vai render muita discussão no almoço de domingo das famílias brasileiras. Principalmente naquelas onde tio do agronegócio e primo ambientalista dividem a mesma mesa.