Trump pede à China para comprar soja dos EUA, mas presidente da Aprosoja rebate: 'Não tem tanta soja assim'
Aprosoja rebate pedido de Trump sobre soja para China

Numa jogada que parece mais um capítulo de um reality show político do que diplomacia tradicional, Donald Trump sugeriu que a China poderia comprar mais soja dos Estados Unidos. Mas o presidente da Aprosoja, Antônio Galvan, não engoliu a ideia sem mastigar. "Não tem tanta soja assim disponível", disparou, com a franqueza típica de quem conhece o campo como a palma da mão.

O que parece um simples jogo de oferta e demanda esconde uma teia complexa de logística, capacidade de armazenamento e — claro — política internacional. Galvan, que não costuma bater em retirada quando o assunto é defesa do agronegócio brasileiro, foi direto ao ponto: "A China já compra quantidades enormes dos EUA, mas há limites físicos e comerciais que nem Trump pode ignorar".

O Xadrez da Soja

Enquanto isso, nos bastidores do comércio global de commodities, os números contam uma história diferente da narrativa simplista. O Brasil, que há anos vem conquistando espaço no mercado chinês, não parece disposto a ceder terreno. "Temos vantagens competitivas que vão além do preço", comentou um analista do setor, que preferiu não se identificar. "Logística, relação comercial consolidada, e — quem diria — até qualidade do produto jogam a nosso favor."

Não é como se os armazéns norte-americanos estivessem transbordando de soja não vendida. Na verdade, os estoques estão dentro da média histórica. Então por que essa insistência? Especialistas arriscam alguns palpites:

  • Pressão eleitoral em estados agrícolas cruciais
  • Tentativa de mostrar força na guerra comercial
  • Ou simplesmente... o habitual teatro político?

Enquanto isso, os produtores brasileiros seguem atentos, mas não exatamente preocupados. "O mercado chinês é grande o suficiente para todos", filosofou um agricultor de Mato Grosso, entre um gole de café e outro. "Mas é claro que não vamos facilitar."