Prefeito fecha rodovia TO-222 em protesto por melhorias após queda de ponte
Prefeito fecha rodovia TO-222 em protesto no Tocantins

Protesto radical: prefeito fecha rodovia estadual para pressionar governo federal

O prefeito David Bento do Progressistas tomou uma medida drástica nesta quinta-feira (20) ao determinar o fechamento das entradas da cidade de Filadélfia, no Tocantins. A ação tem como objetivo principal pressionar o Governo Federal a dar mais atenção aos problemas de infraestrutura que afetam a região há quase um ano.

A decisão resultou no bloqueio do trecho da TO-222 que passa pelo município, causando extensas filas de veículos e revoltando caminhoneiros que dependem dessa rota para transitar entre estados.

Dois pontos de bloqueio paralisam tráfego interestadual

Os bloqueios foram implementados em dois pontos estratégicos: na entrada da cidade para quem segue de Araguaína em direção ao Maranhão, e outro na margem do Rio Tocantins, para quem está saindo do estado vizinho com destino ao Tocantins. A rodovia estadual TO-222 tem importância crucial para o fluxo de veículos entre os estados, especialmente após o colapso da ponte na BR-226 que conectava Tocantins e Maranhão.

Em declaração nas redes sociais, o prefeito David Bento justificou a medida: "Operação tapa-buraco ajuda, mas não resolve o problema". Segundo a prefeitura, esta foi a maneira encontrada pela gestão municipal para alertar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) sobre os graves problemas estruturais que a cidade enfrenta.

Investimentos de R$ 150 milhões não resolvem crise

Em nota oficial, o DNIT rebateu as críticas, afirmando que todos os compromissos estabelecidos no Acordo de Cooperação Técnica com o Estado do Tocantins foram cumpridos. A autarquia federal destacou que já investiu mais de R$ 150 milhões na recuperação das rodovias TO-201, TO-126, TO-134 e TO-222, seguindo rigorosamente o planejamento estabelecido.

O órgão também informou que intervenções programadas para melhorias nas vias em Carolina (MA) e Filadélfia estão em andamento, incluindo remendos superficiais e profundos conforme prevê o plano de trabalho. A operação 24 horas das balsas entre Estreito e Aguiarnópolis e a reconstrução da ponte também foram citadas como ações em curso.

Cidade em estado de calamidade desde agosto

A situação em Filadélfia se agravou progressivamente. Desde agosto, a prefeitura realiza análises para acompanhar os problemas gerados pelo aumento do fluxo de caminhões e carretas na cidade. No dia 29 de agosto deste ano, o município decretou estado de calamidade pública devido ao "aumento significativo de veículos pesados no perímetro urbano decorrente do redirecionamento do tráfego interestadual".

Um parecer técnico da Defesa Civil do município, elaborado em outubro, confirmou o impacto devastador do aumento do tráfego intenso. O documento identificou problemas graves nas Avenidas Getúlio Vargas e Marechal Deodoro da Fonseca, onde eixos arteriais urbanos sofrem com fluxo contínuo e saturado de caminhões e carretas.

O prefeito David Bento reforçou seu apelo: "Estamos aguardando uma resposta, um sinal do DNIT. Os caminhoneiros agora também bloquearam e não passa nem carro nem van. Os caminhoneiros se revoltaram e acredito que é justo". Ele destacou que Filadélfia merece o mesmo apoio recebido por outras cidades impactadas pela queda da ponte.

Além das reclamações oficiais da prefeitura, caminhoneiros afetados pelas medidas também realizaram protestos durante o dia, pedindo melhorias urgentes na região. A situação permanece tensa enquanto não houver uma solução definitiva para os problemas de infraestrutura que afetam o tráfego interestadual.