
O que era para ser um cargo de confiança virou um verdadeiro caso de "quem indica" no município de São Miguel do Iguaçu. O Ministério Público do Paraná soltou o verbo — e com razão — ao apontar uma série de falhas graves na atuação da secretária municipal de Administração.
Não bastasse a falta de qualificação técnica para o cargo (algo que, convenhamos, não é exatamente novidade na política brasileira), a situação fica ainda mais escandalosa quando se descobre os laços familiares que a levaram ao posto. O MP não teve dúvidas: pediu a cabeça da secretária por nepotismo cruzado.
Um caso clássico de "arranjo" político
Detalhes do processo revelam que:
- A secretária assumiu o cargo sem qualquer experiência prévia na área
- Há indícios de que sua nomeação foi uma "troca de favores" entre famílias políticas
- Documentos comprovam que ela não atende aos requisitos mínimos para a função
"Quando a incompetência vem acompanhada de favorecimento familiar, o estrago é certo", disparou um promotor que acompanha o caso, preferindo não se identificar. E não é que ele tem razão?
Reação da população
Nas ruas da cidade, o clima é de revolta. "A gente paga impostos pra isso?", questiona Maria, dona de casa, enquanto faz compras no centro. Seu José, aposentado, completa: "Isso aqui tá virando terra de ninguém".
Enquanto isso, na prefeitura, o silêncio é ensurdecedor. A assessoria se limitou a dizer que "vai analisar o caso" — aquela velha desculpa esfarrapada que já conhecemos bem.
O MP foi categórico: além da exoneração imediata, pede que a prefeitura adote critérios técnicos nas próximas nomeações. Mas será que vão ouvir? A história nos ensina que, quando o assunto é nepotismo, a mudança é lenta como um jabuti com artrite.