
Eis que o Palácio do Planalto resolveu dar uma guinada nos rumos do Orçamento do próximo ano. A notícia chegou como um balde de água fria para muitos: o governo Lula decidiu aumentar significativamente o bloqueio de gastos para 2025, elevando o contingenciamento para nada menos que R$ 28,9 bilhões.
Parece brincadeira, mas não é. Só para você ter ideia da dimensão dessa mudança, estamos falando de um aumento de mais de R$ 2 bilhões em relação ao valor que havia sido anunciado anteriormente. Alguém lá em Brasília deve ter feito as contas e percebido que a coisa estava mais feia do que se imaginava.
Os Números que Assustam
Vamos aos detalhes que importam. O bloqueio adicional — que sobe de R$ 26,8 para R$ 28,9 bilhões — atinge principalmente as chamadas despesas discricionárias. Traduzindo para o português claro: são aqueles gastos que o governo pode controlar com mais facilidade, diferente dos salários e aposentadorias que têm caráter obrigatório.
O que me deixa pensativo é o timing dessa decisão. O ano nem começou direito e já estamos vendo sinais de que o ajuste fiscal prometido pelo ministro Fernando Haddad pode ser mais doloroso do que se antecipava. Será que a equipe econômica está vendo algo que nós, meros mortais, ainda não enxergamos?
O Jogo Político por Trás dos Números
Ah, a política... Sempre ela. Esse aumento no contingenciamento não chega exatamente como uma surpresa para quem acompanha o vai-e-vem de Brasília. O Congresso Nacional, na sua sabedoria infinita, costuma aprovar um Orçamento maior do que o governo realmente pode gastar.
E agora? Agora o Executivo precisa fazer essa 'limpeza' — cortando onde dá e segurando as pontas onde é possível. Uma dança delicada que envolve muito mais do que simples números: tem jogo político, tem pressão de ministérios, tem interesse de bancadas...
- Despesas com publicidade e viagens? Podem esperar cortes
- Investimentos em obras novas? Talvez tenham que esperar
- Contratações de pessoal? Melhor não criar muitas expectativas
Não me surpreenderia se, nos próximos meses, começarmos a ouvir ministros reclamando que não têm como trabalhar direito com tanto corte. É sempre assim, não é?
O Que Esperar para 2025?
Francamente, a situação me parece daquelas que exigem cautela redobrada. Por um lado, o governo tenta mostrar seriedade fiscal — algo que o mercado financeiro cobra incessantemente. Por outro, precisa manter pelo menos parte das promessas de campanha e não paralisar completamente os serviços públicos.
O que me preocupa — e deveria preocupar a todos nós — é o efeito cascata dessas decisões. Menos investimento em saúde, educação e infraestrutura hoje significa mais problemas amanhã. É como adiar a manutenção do carro: pode até economizar agora, mas a conta vem depois — e costuma vir mais cara.
Enquanto isso, nós, cidadãos comuns, ficamos naquela: torcendo para que o remédio não seja pior que a doença e esperando que, dessa vez, o governo acerte na dose do ajuste. Porque errar, como sabemos, é humano — mas persistir no erro... bem, isso já é outra história.