Leilão do Odorico Tavares é suspenso de última hora — entenda o que rolou
Leilão do Odorico Tavares é suspenso de última hora

Era pra ser um dia histórico — literalmente. O leilão do emblemático prédio Odorico Tavares, marcado para esta quarta (29), virou pó antes mesmo de começar. A justiça baiana simplesmente puxou o tapete, cancelando tudo poucas horas depois do anúncio oficial. Alguém esqueceu de conferir a papelada?

Detalhe curioso: o imóvel, um dos cartões-postais de Salvador, estava avaliado em R$ 18 milhões. Um verdadeiro tesouro arquitetônico dos anos 1940, que já foi até sede de jornal. Agora, fica o suspense — será que alguém botou o pé no freio pra evitar que virasse mais um estacionamento ou prédio de luxo?

O que se sabe até agora

Segundo fontes do tribunal — que preferiram não se identificar —, a suspensão veio por "problemas processuais". Traduzindo: alguém na cadeia burocrática vacilou feio. O que não falta são teorias:

  • Falta de documentação sobre reformas não autorizadas
  • Questionamentos sobre o valor de avaliação
  • Pressão de movimentos culturais (e olha que eles estavam mesmo incomodados)

Pra piorar, o edital sumiu do site oficial como mágica. Coisa mais estranha, não? Até os corretores que já tinham clientes interessados ficaram com cara de paisagem.

E agora, José?

O prédio, que já sobreviveu a décadas de abandono, continua naquele limbo jurídico típico do Brasil. Enquanto isso, os vizinhos do Corredor da Vitória seguem na torcida — muitos temiam que o novo dono descaracterizasse a fachada histórica.

"Isso aqui é parte da memória da cidade", disparou uma moradora antiga, enquanto apontava para os azulejos portugueses já meio desbotados. Ela tem um ponto: em tempos de gentrificação acelerada, cada tijolo desses conta uma história.

O tribunal prometeu "novas informações em breve", mas convenhamos — quando é que "em breve" realmente quer dizer alguma coisa? Fica o registro: mais um capítulo da novela "Patrimônio vs. Especulação Imobiliária". Aguardemos os próximos episódios.