A Infraero, empresa pública responsável pelos aeroportos brasileiros, surpreendeu o mercado ao suspender um edital crucial para a contratação de operadoras de planos de saúde. O processo afeta aproximadamente 14 mil beneficiários e movimenta um volume financeiro anual de R$ 170 milhões.
Suspensão repentina gera incertezas
O edital foi publicado no dia 21 de outubro de 2025, mas teve sua vigência interrompida apenas três dias depois, em 24 de outubro. A medida causou estranheza no setor, uma vez que o processo de credenciamento estava programado para entrar em vigor em 7 de novembro de 2025.
Um aspecto que chama atenção é que o contrato atual com as administradoras venceu há mais de um ano. Apesar disso, as operadoras atualmente contratadas continuam prestando serviços através de manobras administrativas realizadas pela própria Infraero e pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SINA).
Critério polêmico restringe participação
Entre os pontos mais controversos do edital suspenso está a exigência de que as operadoras ofereçam cobertura em 80% do território nacional. Especialistas do setor avaliam que este critério eleva significativamente os custos operacionais e, consequentemente, limita a participação de operadoras regionais no processo de credenciamento.
A Infraero se defendeu da crítica, afirmando em nota que "Trata-se de medida coerente com o escopo do credenciamento e com o princípio da continuidade dos serviços essenciais". A empresa justificou que, "Dada a natureza do objeto – prestação de serviços de saúde de abrangência nacional -, é indispensável verificar previamente se a operadora detém estrutura assistencial suficiente para atender, de imediato, os beneficiários localizados nas diversas regiões do país".
Impactos financeiros e operacionais
A sequência de prejuízos financeiros da Infraero nos últimos anos torna ainda mais relevante a gestão eficiente de contratos deste porte. O montante de R$ 170 milhões anuais representa um valor significativo para os cofres da empresa, que enfrenta desafios operacionais e financeiros.
A situação atual cria um cenário de incerteza para os 14 mil beneficiários do plano de saúde, que permanecem cobertos pelas operadoras atuais através de extensões contratuais, mas sem a segurança de um novo processo licitatório concluído.
O mercado aguarda agora novos posicionamentos da Infraero sobre quando e como será retomado o processo de seleção das operadoras de saúde, enquanto as atuais permanecem na prestação dos serviços de forma temporária.