Parece que o mês de agosto trouxe mais do que apenas o fim do inverno para as contas públicas. O Tesouro Nacional divulgou números que deixariam qualquer contador de cabelo em pé: um déficit primário de R$ 15,529 bilhões. Sim, você leu direito — bilhões com B maiúsculo.
E olha que a situação é ainda mais preocupante quando comparamos com o mesmo período do ano passado. Em agosto de 2022, o governo até que estava se saindo bem, com superávit de R$ 12,5 bilhões. Agora? Virou o jogo completamente. É como se tivéssemos trocado um almoço grátis por uma conta de restaurante caríssima.
De onde veio esse rombo todo?
Bom, a receita do governo central — aquela grana que entra nos cofres públicos — simplesmente encolheu. Caiu nada menos que 6,4% em termos reais, descontada a inflação. Parece que o bolo ficou menor, mas todo mundo continua com fome.
Do outro lado da equação, as despesas subiram 3,5%. É aquela velha história: quando você gasta mais do que ganha, o resultado não costuma ser bonito. E no mundo das finanças públicas, a conta chega — e chega grande.
E o acumulado do ano?
Ah, essa é boa! Nos primeiros oito meses de 2023, o rombo já alcança R$ 78,8 bilhões. Para colocar em perspectiva, é dinheiro suficiente para comprar uns... bem, muita coisa. O certo é que não é pouca coisa.
O pior é que a meta fiscal para este ano estabelecia um déficit de R$ 145,4 bilhões. Com esse ritmo, parece que vamos bater a meta antes do esperado — e não é algo para comemorar, infelizmente.
E os juros nessa história?
Quando somamos as despesas com juros da dívida pública, o buraco fica ainda mais fundo. O déficit nominal — aquele que inclui esses juros — chegou a R$ 58,5 bilhões só em agosto. Impressionante, não?
É como ter uma hipoteca que cresce mais rápido que seu salário. A sensação é de estar correndo numa esteira que acelera sozinha.
Os números falam por si:
- Receita total do governo central: R$ 181,9 bilhões
- Despesa total: R$ 197,4 bilhões
- Resultado: aquele rombo de R$ 15,5 bilhões que não queremos ver
Parece brincadeira, mas é a pura realidade. E o que me preocupa — falando como alguém que acompanha essas coisas há tempo — é que esses números não são apenas estatísticas. Eles refletem na vida de todo mundo, no bolso de cada cidadão.
Enfim, resta torcer para que setembro traga ventos mais favoráveis. Porque, convenhamos, ninguém gosta de ver as contas no vermelho — muito menos quando estamos falando de bilhões.
