Parece que Piracicaba está virando um verdadeiro depósito a céu aberto. Quem passa pelos ecopontos da cidade não pode deixar de notar: montanhas de entulho que mais parecem pequenos morros, sacos de lixo espalhados e aquele cheiro característico de coisa parada. E o pior? Quatro dos sete pontos de descarte estão completamente lotados — e a situação só piora.
"É um perigo ambulante", reclama Dona Marta, moradora do bairro Vila Rezende, enquanto aponta para uma pilha de móveis velhos que já ultrapassa o muro do ecoponto. "Na última semana, quase pegou fogo aqui. Só não virou um desastre porque alguém viu a fumaça a tempo."
Risco que cresce a cada dia
Com a seca que castiga a região — e que parece piorar a cada ano —, o acúmulo de materiais inflamáveis vira uma bomba-relógio. Madeiras, plásticos, restos de construção... tudo misturado e exposto ao sol forte do interior paulista. Os bombeiros já foram acionados três vezes só neste mês para conter princípios de incêndio.
E olha que a coisa não para por aí. Além do perigo das chamas, tem:
- Proliferação de ratos e insetos (ninguém merece)
- Entupimento de bueiros quando chove
- Aquela sensação de abandono que desvaloriza os bairros
A prefeitura, por sua vez, diz que está "ciente do problema" — essa velha história, né? — e promete aumentar a coleta. Mas enquanto a burocracia não anda, os moradores seguram a bronca.
E agora, José?
Alguns vizinhos mais espertos já começaram a levar seus entulhos para cidades vizinhas. Outros... bem, outros preferem o velho método do "joga no terreno baldio e torce para ninguém ver". Não que eu esteja defendendo, mas dá pra entender a desesperança.
O que todo mundo quer saber é: até quando? Com a temporada de queimadas se aproximando, o risco só aumenta. Será que precisa acontecer uma tragédia para as coisas mudarem? Piracicaba merece melhor que isso.
