A Prefeitura de Campo Grande anunciou nesta sexta-feira (1°) um pacote de medidas que promete revolucionar - e preocupar - a administração pública da capital sul-mato-grossense. O conjunto de ações, batizado de "Programa de Sustentabilidade Fiscal", traz mudanças profundas que afetarão tanto os servidores municipais quanto a população que depende dos serviços públicos.
O Que Muda para os Servidores
O ponto mais polêmico do pacote é a redução salarial para parte dos funcionários públicos. De acordo com a prefeitura, os servidores que recebem acima de R$ 5 mil terão seus vencimentos reduzidos em até 25%. A medida deve afetar aproximadamente 30% do quadro funcional do município.
As faixas de desconto serão aplicadas da seguinte forma:
- Salários entre R$ 5.000 e R$ 10.000: redução de 15%
- Salários entre R$ 10.000 e R$ 15.000: redução de 20%
- Salários acima de R$ 15.000: redução de 25%
Transformação no Atendimento ao Público
Além do impacto direto nos salários, a prefeitura planeja uma reestruturação completa no modelo de atendimento à população. As principais mudanças incluem:
- Digitalização de serviços: Migração de atendimentos presenciais para plataformas online
- Redução de horários em algumas unidades de saúde e postos de atendimento
- Centralização de serviços em polos estratégicos da cidade
- Agendamento obrigatório para diversos tipos de atendimento
Justificativa da Administração Municipal
Em coletiva de imprensa, o prefeito Adriano Lopes (UB) defendeu as medidas como necessárias para o equilíbrio das contas públicas. "São decisões difíceis, mas imprescindíveis para garantir a sustentabilidade financeira do município. Estamos enfrentando uma crise sem precedentes e precisamos tomar medidas corajosas", afirmou.
Segundo a prefeitura, o programa deve gerar uma economia de aproximadamente R$ 120 milhões aos cofres públicos até o final de 2026. Os recursos poupados serão realocados para áreas consideradas prioritárias, como saúde básica e infraestrutura urbana.
Reações e Próximos Passos
As medidas já começam a gerar reações entre servidores e sindicatos. Representantes da categoria prometem recorrer judicialmente contra os cortes salariais, alegando que a medida fere a estabilidade funcional.
O pacote ainda precisa ser aprovado pela Câmara Municipal, onde deve enfrentar resistência de partidos de oposição. A expectativa é que o debate sobre as propostas domine a agenda política de Campo Grande nas próximas semanas.
Enquanto isso, a população se prepara para adaptar sua rotina às novas formas de acesso aos serviços públicos, em um momento de transformação radical na relação entre o cidadão e o poder público municipal.