Imagine acordar e ver galhos grossos — quase como tentáculos — invadindo sua janela. Pois é exatamente isso que acontece no Cruzeiro, bairro nobre de Brasília. Uma árvore, abandonada à própria sorte, virou uma ameaça concreta.
Os moradores já perderam a conta de quantas vezes acionaram a Novacap. "Parece que falamos com as paredes", desabafa uma vizinha, que prefere não se identificar. O caso, que deveria ser resolvido em dias, arrasta-se há meses.
Risco iminente
Não é exagero: com ventos fortes, a situação pode virar tragédia. Ramos pesados balançam perigosamente sobre fios elétricos. "Minha filha pequena tem medo de dormir no quarto", conta outro residente, mostrando rachaduras na parede causadas pelo crescimento desenfreado das raízes.
- Falta de manutenção: A última poda foi há mais de 3 anos
- Silêncio oficial: Nenhum retorno da Novacap sobre pedidos
- Prejuízos: Estrutura do prédio já apresenta danos visíveis
Curioso pensar que, enquanto isso, a mesma administração pública corta gramados com precisão militar em áreas turísticas. Prioridades, né?
O que diz a lei?
Pelo código urbano, a responsabilidade é mesmo do governo. Mas parece que alguém perdeu o manual de instruções. Enquanto burocracias emperram, o relógio biológico da árvore — ironicamente — não para.
"Já cogitamos fazer a poda por conta própria", admite um síndico. "Mas aí vem multa. Estamos entre a árvore e a lei seca."
