
Não é todo dia que um homem completa um século de vida — e ainda por cima deixa um legado que atravessa gerações. Firmino da Anunciação Gouveia, pastor da Assembleia de Deus, partiu aos 100 anos, mas a marca que deixou na comunidade evangélica é daquelas que não se apagam com o tempo.
Quem o conheceu garante: ele tinha um jeito único de pregar, misturando sabedoria bíblica com histórias que pareciam saídas de um filme. E não era raro ver lágrimas rolando durante seus sermões — tamanha a conexão que criava.
Uma vida dedicada à fé
Começou cedo, ainda jovem, quando a maioria da sua turma sonhava com carreiras convencionais. Firmino escolheu o púlpito. E que escolha! Por décadas, guiou fiéis com uma mistura rara de firmeza e compaixão. Dizem que ele conseguia, num mesmo discurso, fazer você rir e refletir profundamente sobre a vida.
"Ele era daqueles pastores que você lembra não pelo título, mas pelo coração", conta uma senhora de 78 anos, membro da igreja desde os tempos em que Firmino chegou. "Até os ateus respeitavam ele — e isso diz muito."
O centenário que virou celebração
Quando completou 100 anos, a comunidade já se preparava para o inevitável. Mas ninguém esperava que o adeus fosse tão sentido. A cerimônia de despedida — ou melhor, de "até logo", como preferem os crentes — lotou o templo principal da Assembleia de Deus. Gente de todas as idades, algumas que nem eram nascidas quando Firmino começou seu ministério.
E olha que interessante: vários pastores de denominações diferentes apareceram para prestar respeito. Algo raro num meio onde as divergências teológicas costumam falar mais alto.
Se tem uma lição que Firmino deixou (além das óbvias, claro), é que fé genuína transcende barreiras. E essa, convenhamos, é herança que poucos conseguem legar.