
O mundo da moda parou para assistir — e não é exagero. A estreia de Demna na direção criativa da Guucci foi, para ser sincero, um verdadeiro terremoto. E o que mais chamou a atenção, aquilo que todo mundo vai comentar na fila do café amanhã, foi uma inversão que parece tirada de um romance distópico.
Enquanto os modelos homens desfilavam quase que literalmente nus, com transparências e cortes que deixavam pouco à imaginação, as mulheres… bem, as mulheres estavam encobertas da cabeça aos pés. Parece um contrassenso? Talvez. Mas Demna, esse gênio — ou louco, dependendo de quem você pergunta — sempre trabalhou nas fronteiras do que é confortável.
Uma Narrativa de Poder e Exposição
Não foi só um desfile, foi uma declaração. Uma daquelas que te faz coçar a cabeça e pensar por dias. A proposta de cobrir as mulheres com túnicas, capuzes e tecidos pesados, enquanto os homens ostentavam corpos esculpidos em visuais quase de praia, mexe com algo muito profundo na nossa psique coletiva. Será uma crítica à objetificação? Uma nova leitura do poder? Quem sabe.
Os looks femininos, com suas formas arquitetônicas e cores escuras, transmitiam uma aura de mistério e, por que não, de proteção. Já a masculinidade foi posta em exposição total — vulnerável e, de certa forma, desafiadora. É uma conversa sobre quem olha e quem é olhado, e Demna virou essa mesa com uma ousadia rara.
Os Detalhes que Fizeram a Diferença
- Os Tecidos: Pesados e fluidos para elas, leves e colados para eles. Um estudo de contrastes tátil.
- Os Acessórios: Bolsas esculturais e calçados robustos nas mulheres; os homens quase descalços, focados no corpo.
- A Atmosfera: A trilha sonora sombria e a iluminação dramática criaram um clima de tensão que grudou na pele.
E aí, você acha que isso é o futuro da moda ou apenas um momento de provocação? Difícil dizer. O certo é que Demna, mais uma vez, não deixou ninguém indiferente. Ele não veio para agradar; veio para questionar. E, cá entre nós, a modia precisa mesmo de mais disso — menos conformismo e mais perguntas sem resposta.
O estilista georgiano parece estar dizendo que o luxo não está mais no óbvio, no que se mostra facilmente. Talvez esteja justamente no que se esconde, no que se protege. É uma ideia perigosa e fascinante, que vai ecoar pelas próximas temporadas, tenho certeza. A moda, afinal, é isso: um espelho — muitas vezes torto — do nosso tempo.