
Imagine morder um cookie e ser transportado diretamente para o coração da Amazônia. É exatamente essa experiência sensorial que uma jovem de 23 anos, Julia Mesquita, criou com mãos talentosas e muito amor pela gastronomia regional.
Nada daqueles sabores convencionais que a gente encontra por aí. Ela foi fundo na floresta — literalmente — para trazer algo autêntico. Tucupi preto, cumaru e castanha-do-pará. Soa exótico? Pois é, mas o resultado é simplesmente viciante.
Do quintal de casa para o festival
Tudo começou numa cozinha improvisada em Boa Vista. Julia sempre teve paixão por reinventar receitas, mas desta vez foi diferente. "Cansei de ver os mesmos sabores de sempre", conta ela, com aquela determinação no olhar que só quem tem um sonho grande possui.
O tucupi preto — que muita gente nem conhece — veio como base. Acrescentou cumaru, uma especiaria que lembra baunilha com amêndoas, mas com personalidade própria. Finalizou com castanhas crocantes. O teste? Um sucesso entre familiares e amigos.
O festival que mudou tudo
O Festival de Chocolate e Cacau de Roraima não estava preparado para essa explosão de sabores. Julia embalou cada cookie com cuidado artesanal e montou uma barraca simples, mas cheia de charme.
E então aconteceu: em poucas horas, vendeu mais de 200 unidades. O público? Absolutamente rendido. "Nunca provei nada igual", comentou um visitante enquanto comprava três pacotes. Outros nem esperavam chegar em casa para abrir a embalagem.
Mais que um cookie, uma identidade
O que Julia não esperava era o reconhecimento que viria. Seu produto não era apenas mais um biscoito — era uma representação genuína da cultura local. Algo que fala da terra, da floresta, das tradições.
E o melhor? Tudo produzido de forma sustentável, valorizando pequenos produtores da região. Ela mesmo faz questão de contar a história por trás de cada ingrediente para quem passa pela sua barraca.
O que vem por aí
Com o sucesso do festival, os planos agora são ambiciosos. Julia já pensa em ampliar a produção e até criar novos sabores. "Talvez com cupuaçu ou murici", adianta, com um sorriso que denota tanto orgulho quanto humildade.
Roraima mostrou que tem muito mais a oferecer gastronomicamente do que se imagina. E é através de jovens criativos como Julia que a riqueza amazônica ganha o mundo — um cookie de cada vez.