
Parece que os amantes da boa mesa vão ter que esperar mais um pouco. O Brotas Gourmet, um dos eventos mais aguardados do calendário gastronômico da região, simplesmente não vai rolar este ano — e a culpa, segundo a prefeitura, está num formato que não passou no teste da legalidade.
"A gente até tentou", confessa um dos organizadores que preferiu não se identificar, "mas a burocracia falou mais alto". E olha que não foi por falta de aviso: a administração municipal já vinha sinalizando problemas há meses, mas só agora o xeque-mate foi dado.
O que deu errado?
Pelos bastidores, o que se comenta é que o modelo de licitação — ou melhor, a falta dele — foi o calcanhar de Aquiles da festa. A prefeitura garante que seguiu o protocolo à risca: "Quando as regras são ignoradas, não temos escolha", justificou o secretário de turismo, numa daquelas frases que soam como desculpa pronta.
Mas será que era só isso? Alguns comerciantes locais, que já tinham preparado estoques especiais, suspeitam de interesses políticos por trás do cancelamento. "Ano que vem tem eleição, né?", solta um dono de restaurante, entre um gole de café e um suspiro de frustração.
E agora, José?
Os prejuízos, claro, não são só sentimentais. Calcula-se que o evento movimentava cerca de R$ 2 milhões na economia da cidade — dinheiro que, neste ano, vai fazer falta no caixa de hotéis, pousadas e, claro, dos estabelecimentos gastronômicos.
- Mais de 50 expositores sem espaço para escoar produtos
- Reservas em pousadas canceladas às centenas
- Profissionais contratados temporariamente agora sem renda
"É um tiro no pé", define uma chef local, enquanto arruma as panelas vazias que seriam usadas em demonstrações. A prefeitura promete "alternativas", mas ninguém parece muito convencido — até porque, como diz o ditado, promessa de político dura até a próxima eleição.