
Parece que o cheiro de cana-de-açúcar e o barulho dos arreios vão ficar em silêncio este ano em Timburi. A prefeitura local — num daqueles comunicados que deixam a gente com aquele gosto amargo na boca — acabou de anunciar o cancelamento da 55ª Festa da Pinga e do Peão de Boiadeiro. E olha que não foi por falta de vontade!
"A gente sabe o quanto esse evento significa", confessou o secretário de cultura, enquanto reorganizava os papéis sobre a mesa. "Mas entre os custos que não param de subir e a logística que virou um quebra-cabeça sem peças..." A voz dele sumiu, mas a mensagem ficou clara.
O que rolou nos bastidores?
Três fatores principais — e nenhum deles simples:
- O bolso apertado: Os valores para montar a estrutura básica deram um salto de quase 40% desde a última edição
- Falta de patrocínio: As empresas que costumavam bancar parte da festa recuaram, falando em "crise setorial"
- Problemas operacionais: O local tradicional está em reformas e as alternativas cobravam o olho da cara
Não dá pra negar — a notícia pegou todo mundo de surpresa. "Minha avó ia na primeira edição e eu nunca perdi uma", contou Maria do Carmo, dona de um boteco perto da praça. "Vai fazer falta, mas a gente entende."
E agora?
A prefeitura garante que já está remexendo os orçamentos para 2026. "Se depender de nós, no ano que vem a festa volta com o dobro do brilho", prometeu o prefeito, tentando acalmar os ânimos. Enquanto isso, os bares locais planejam um "arraiá da saudade" no mesmo fim de semana — improvisado, mas cheio de coração.
Uma coisa é certa: depois de 54 anos ininterruptos, essa vai ser a primeira primavera que Timburi não vai sentir o cheiro da pinga artesanal nem ouvir os versos dos violeiros. Faz pensar, não é? Até que ponto nossas tradições aguentam a pressão dos tempos modernos...