
Em meio aos preparativos para o São João de Pernambuco 2025, os quadrilheiros enfrentam um desafio atípico: manter viva a tradição sem o apoio de patrocínios. Com contas acumuladas e criatividade à flor da pele, esses grupos folclóricos se reinventam para garantir os desfiles que encantam milhares de turistas e locais.
"Todo mundo endividado, mas feliz"
A frase, dita por um coordenador de quadrilha, resume o espírito de resistência. "Cortamos custos onde dá, reaproveitamos fantasias de anos anteriores e até fazemos vaquinhas online", revela Maria Silva, líder do grupo Estrela do Agreste. A falta de recursos não apagou o brilho dos ensaios, que seguem animados em ginásios e ruas de bairros pernambucanos.
Estratégias para sobreviver
- Financiamento coletivo: Plataformas digitais viraram aliadas para arrecadar fundos
- Economia criativa: Tecidos mais baratos e parcerias com pequenos comerciantes
- Voluntariado: Famílias inteiras se mobilizam na confecção de adereços
O impacto cultural
Especialistas alertam: "A ausência de investimento ameaça a perpetuação dessa manifestação cultural", afirma o antropólogo Carlos Mendes. Mesmo assim, a paixão pelo ritmo do xote e da marcha junina mantém os grupos unidos. Neste ano, 47 quadrilhas confirmaram participação, número ligeiramente menor que em 2024.
O que esperar do São João 2025?
Os organizadores prometem:
- Desfiles com temas regionais fortalecidos
- Coreografias que contam histórias do sertão
- Interação inédita com o público nas arquibancadas
A prefeitura garante apoio logístico, mas os quadrilheiros seguem na busca por patrocinadores de última hora. "O show precisa continuar, mesmo que a gente tenha que vender bolo de rolo para pagar o transporte", brinca o mestre de cerimônias João Batista.