Museu de Nova Friburgo celebra herança afro-brasileira com nova sala imersiva e atrações culturais
Museu em Nova Friburgo celebra cultura afro com nova sala

Não foi só mais uma inauguração qualquer. Quando as cortinas caíram naquele sábado (03/08), revelando a nova ala do Museu de Nova Friburgo, até o ar pareceu ficar mais denso - carregado de memórias, tambores e uma energia que arrepiou até os mais céticos.

A Sala da Herança Afro-Brasileira, como foi batizada, é daquelas experiências que te pegam pelo colarinho e não largam mais. Do chão ao teto, cada centímetro conta histórias que os livros didáticos muitas vezes deixam de lado.

Um mergulho nos saberes ancestrais

Logo na entrada, uma instalação com tecidos africanos suspensos cria um túnel do tempo. "Parece que os panos sussurram", comentou uma visitante emocionada, enquanto acariciava as texturas. A curadoria caprichou nos detalhes:

  • Coleção de instrumentos musicais usados em terreiros do século XIX
  • Réplicas de documentos da época da abolição encontrados na região
  • Fotografias raras de comunidades quilombolas da Serra do Mar

Mas o que realmente roubou a cena foram as oficinas simultâneas. Enquanto no pátio externo um grupo aprendia os segredos da capoeira angola com mestres locais, dentro do museu crianças se lambuzavam de argila em uma vivência de cerâmica africana.

No ritmo dos tambores

Quando achávamos que já tinha visto tudo, o grupo Tambores da Serra entrou em cena. Meu Deus, que espetáculo! Os músicos - todos moradores de comunidades tradicionais da região - transformaram o espaço em um verdadeiro terreiro a céu aberto.

"Isso aqui não é só exposição, é resistência viva", declarou Dona Marta, 72 anos, uma das líderes comunitárias homenageadas durante o evento. Entre uma apresentação e outra, os organizadores ainda serviram quitutes inspirados na culinária de herança africana - o bolinho de feijoada vegano foi, sem dúvida, o campeão de elogios.

O museu fica aberto de terça a domingo, das 9h às 17h, com entrada franca às quartas. Quem perder a exposição temporária de abertura vai ficar a ver navios - ou melhor, caravelas - porque essa aqui promete virar referência na região.