Ex-seringueiro que trocou o laço pelo museu: a paixão pelo rodeio vira legado no interior de SP
Ex-seringueiro cria Museu do Rodeio no interior de SP

Quem vê o Museu do Rodeio hoje, no coração do interior paulista, nem imagina que por trás daquelas paredes cheias de histórias há um seringueiro que um dia trocou o látex pelos arreios. E olha que a vida dele quase seguiu outro rumo - mas o destino, como um touro bravo, teima em não seguir rédeas.

Na infância pobre no Norte do país, o sonho era claro: ser peão de rodeio. Mas a realidade apertou mais que gibão novo, e o garoto acabou seguindo o ofício da família na extração de borracha. Só que algumas paixões são como cavalo xucro: não adianta tentar domar.

O chamado do berrante

Anos depois, já estabelecido em São José do Rio Preto, aquela vontade antiga começou a coicear no peito. "Foi tipo um berrante que ecoou depois de décadas", conta ele, enquanto arruma um par de esporas antigas na vitrine. O que começou com algumas lembranças guardadas virou acervo, e o acervo... bem, você já sabe como termina.

Hoje o museu reúne:

  • Mais de 500 peças originais dos anos 1950 pra cá
  • Fotos raras de rodeios que marcaram época
  • Vestimentas de peões famosos (algumas com histórias pra contar)
  • Até uma coleção de bilhetes de entrada que são pura nostalgia

O mais curioso? Muito do acervo veio de doações - parece que quando souberam do projeto, outros apaixonados pelo tema começaram a "desentocar" preciosidades de baús e celeiros.

Não é só museu, é resgate

O que era pra ser apenas um espaço de memória acabou ganhando outro sentido. "A gente percebeu que tava salvando pedaços da cultura caipira que sumiam rápido que nem boi no brejo", explica o fundador, com aquele jeito mineiro de falar que conquistou até os mais céticos.

E os números mostram que a ideia pegou: só no último mês, mais de 300 visitantes - entre curiosos, saudosistas e até pesquisadores - passaram pelo local. Tem dia que o movimento lembra até rodeio de final de semana!

Pra quem pensa que é só olhar pro passado, o museu também abriga eventos que mantêm viva a tradição:

  1. Noites de viola com causos de peão
  2. Oficinas de laço pra garotada
  3. Até um concurso anual de melhor história de rodeio (e olha que tem cada uma...)

E o sonho que não virou peão? "Tá aí, transformado em algo maior", diz ele, apontando para as paredes cheias de memórias. Quem diria que aquele menino do seringal acabaria criando um pedaço da história do rodeio brasileiro - sem nunca ter montado profissionalmente.

Ah, e se você tá pensando em visitar, é bom se apressar: com a fama crescendo, já tão falando em ampliar o espaço. Mas como dizem por lá, "museu de rodeio pequeno até parece potro novo - com tempo e cuidado, cresce"!