
Que orgulho! O cinema da Amazónia mostrou toda a sua força num dos festivais mais importantes da região Norte. O documentário "Da Silva da Selva", uma produção genuinamente amazonense, simplesmente arrasou na edição de 2025 do Festival Olhar do Norte, levando para casa nada menos que três prémios das mais cobiçadas categorias.
E olha que a competição não era moleza – participaram produções de todos os nove estados da Amazónia Legal. Mas o trabalho assinado pelo realizador amazonense Mateus Silva (que, diga-se de passagem, é um nome para ficar de olho) conseguiu o feito raro de vencer em Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Fotografia. Uma tríplice coroa que poucos alcançam.
Um Retrato que Encanta
O que tem este documentário de especial? Ele mergulha fundo na vida de João da Silva, um personagem absolutamente fascinante – um homem comum com uma história extraordinária de resistência e conexão com a floresta. A narrativa acompanha o seu dia a dia, as suas lutas, mas também aqueles momentos de pura poesia que só quem vive na Amazónia conhece.
A fotografia, premiadíssima, é simplesmente de cortar a respiração. As imagens capturam a Amazónia de uma forma que vai muito além do cartão postal – mostram a textura da vida, o pulsar da floresta, a luz que atravessa as copas das árvores de um jeito que só quem ama aquele lugar consegue traduzir em cinema.
Reconhecimento que Vale Ouro
Para Mateus Silva, o realizador, o reconhecimento significa mais do que troféus. "É um sinal de que as nossas histórias importam, de que o olhar daqui tem valor único", confessou ele, ainda emocionado com a receção. E faz todo o sentido – num país com uma produção cultural tão centralizada no eixo Rio-São Paulo, ver o Norte a brilhar com luz própria é, sem dúvida, um sopro de esperança.
O Festival Olhar do Norte, realizado anualmente em Belém do Pará, já se consolidou como o principal palco para o audiovisual da região. E este ano, a festa foi ainda mais especial com a consagração de "Da Silva da Selva". A equipe comemorou muito – e com razão!
O que este triunfo nos diz? Que o cinema brasileiro ganha quando abre espaço para as vozes de todos os cantos do país. A Amazónia tem histórias poderosas para contar, e agora, com realizadores talentosos como Mateus Silva, essas narrativas estão a encontrar o palco que merecem. Quem viu, garante: é emocionante.