De comissário de bordo a enfermeira: quadrilheiros mostram como conciliar trabalho e paixão pelo São João
Quadrilheiros conciliam trabalho e paixão pelo São João

O São João de Pernambuco é uma celebração que vai além das comidas típicas e das fogueiras. É um momento em que a cultura popular ganha vida através das apresentações de quadrilhas juninas, e muitos dos participantes têm histórias fascinantes de dedicação e superação.

Profissões diversas, uma mesma paixão

Entre os quadrilheiros que animam os arraiais, encontramos pessoas de todas as áreas profissionais. Há desde comissários de bordo que trocam temporariamente os aviões pelas apresentações, até enfermeiras que dedicam suas horas livres aos ensaios e shows.

"É uma paixão que não dá para explicar", conta uma enfermeira que há 15 anos participa de quadrilhas. "Depois de um plantão cansativo, chegar nos ensaios é como uma terapia."

O desafio da conciliação

Equilibrar trabalho e ensaios não é tarefa fácil. Muitos quadrilheiros precisam:

  • Organizar escalas de trabalho com antecedência
  • Dobrar turnos para compensar os dias de apresentação
  • Usar folgas e férias para participar dos eventos

Mas para eles, o esforço vale a pena. "Quando entro na quadra e vejo o público animado, esqueço de todo o cansaço", revela um comissário de bordo que participa de quadrilhas há uma década.

A tradição que une gerações

O São João em Pernambuco não é apenas uma festa - é uma manifestação cultural que passa de pai para filho. Muitos quadrilheiros começaram a dançar ainda crianças, acompanhando os pais nas apresentações.

"Minha avó dançava, minha mãe dançava, e agora eu continuo a tradição", conta uma professora que divide seu tempo entre a sala de aula e os ensaios de quadrilha.

Essas histórias mostram como a cultura popular resiste e se reinventa, mesmo em meio às demandas da vida moderna. O São João continua sendo, para muitos pernambucanos, muito mais que uma festa - é uma paixão que corre nas veias.