Última homenagem a Mário Macieira reúne familiares, amigos e autoridades em São Luís
Última homenagem a Mário Macieira emociona São Luís

O sol já começava a se despedir quando a multidão se reuniu no Cemitério do Gavião, em São Luís. Rostos conhecidos e anônimos, todos unidos por um mesmo sentimento: a despedida de Mário Macieira. A cena lembrava aqueles filmes antigos onde a comunidade para pra celebrar uma vida - só que dessa vez, era real.

"Ele nunca foi de muitas palavras, mas quando falava, todo mundo parava pra ouvir", contou um sobrinho, a voz embargada. E de fato, os discursos foram poucos, mas cada um parecia carregar o peso de mil histórias. Até o prefeito apareceu - coisa rara nesses tempos de agenda lotada - e soltou uma daquelas frases que a gente não esquece: "Algumas pessoas nascem marcadas pra fazer diferença".

O adeus de quem fez história

Dá pra contar nos dedos de uma mão as pessoas que conseguem juntar tanta gente diferente num mesmo lugar. Políticos de diversos partidos, artistas, professores universitários, aquela turma do futebol de domingo... Parecia até reunião de família grande, daquelas onde todo mundo tem uma lembrança pra contar.

  • A advogada que lembrava dos casos difíceis que enfrentaram juntos
  • O velho amigo de infância, com histórias dos tempos de moleque
  • Até o garçom do boteco preferido apareceu - "O doutor sempre pedia o mesmo prato", revelou

E no meio de tanta gente importante, uma cena que chamou atenção: um senhor simples, de chinelos e camisa desbotada, que ficou quase uma hora parado diante do caixão. Depois descobriram que era um antigo funcionário que Macieira ajudou quando ninguém mais botava fé.

O legado que fica

Se tem uma coisa que todo mundo concordava é que o Maranhão perdeu um daqueles raros personagens que conseguem ser relevantes em várias frentes ao mesmo tempo. Na política, nas causas sociais, até no futebol - porque é bom que se diga, o homem entendia de bola como poucos.

"A gente não está enterrando apenas um homem, mas uma época", resumiu um historiador presente. E de fato, olhando aquela mistura de gerações e classes sociais, dava pra perceber que algumas pessoas transcendem até a própria vida.

Quando o sol finalmente se pôs, restou o silêncio e a certeza de que - como diz o povo por aqui - "morreu o corpo, mas a história fica". E no caso de Mário Macieira, parece que essa história ainda vai ecoar por muito tempo.