Quem diria, hein? Às vezes os maiores ícones de estilo nascem de puro acidente. Foi exatamente isso que aconteceu com Robert Redford no longa-metragem "Butch Cassidy e o Sundance Kid", de 1969. O ator, que interpretava o lendário Sundance Kid, simplesmente vestiu um casaco de lã marrom por puro pragmatismo – fazia frio nas filmagens – e, sem querer, iniciou uma revolução fashion.
O diretor George Roy Hill deu total liberdade a Redford. Nada de figurinos rebuscados ou roupas de cinema tradicionais. O que importava era a autenticidade. E assim, aquele casaco comum, comprado numa loja departamental, tornou-se peça central do visual despojado do personagem.
O Inesperado Impacto Cultural
O filme estreou. E o inacreditável aconteceu. Homens de todo o mundo passaram a procurar por casacos idênticos ao de Redford. Lojas ficaram sem stock. Alfaiates receberam encomendas específicas. De repente, estar desarrumado – mas com classe – tornara-se o ápice da elegância masculina.
Redford, em declarações surpreendentes, admitiu que nunca pretendeu ser um ícone de moda. Tudo foi orgânico, espontâneo. Ele apenas escolheu o que era confortável e adequado para o momento. Essa falta de pretensão, ironicamente, foi o que cementou seu status como referência de estilo atemporal.
Um Legado que Permanece
Mais de cinco décadas depois, eis que o tal casaco marrom ainda é comentado. Especialistas em moda ainda analisam a escolha. Críticos de cinema ainda elogiam a naturalidade. E o público? Ah, o público nunca esqueceu.
O caso de Redford prova uma verdade peculiar: às vezes, as melhores tendências não são planejadas por estilistas em salões chiques. Nascem do acaso, da praticidade, da genuína expressão individual. É a beleza do imprevisto ditando a regra.
E pensar que tudo começou com um actor com frio. A história é mesmo caprichosa.
