Neta de Che Guevara brilha no Grammy Latino: Conheça a artista que está conquistando o mundo da música
Neta de Che Guevara é indicada ao Grammy Latino

Quem diria, hein? O sobrenome Guevara voltando aos holofotes, mas dessa vez não é por revolução política e sim pelas batidas da música. Lydia Guevara, sim, neta daquele Che, acaba de entrar para a lista de indicados ao Grammy Latino.

A moça, que tem apenas 26 anos, foi reconhecida na categoria Melhor Capa de Álbum pelo trabalho visual de "Vida", da banda britânica The Noisettes. Ela assina a direção de arte e design. Um feito e tanto para uma herdeira de um dos nomes mais marcantes — e controversos — do século XX.

Do sangue revolucionário às artes visuais

Lydia é filha de Chichina Ferreira Guevara e do argentino Juan Martín Guevara, o caçula dos irmãos do revolucionário. E parece que o talento artístico falou mais alto do que qualquer outra coisa. Criada entre Buenos Aires e Londres, ela mergulhou de cabeça no mundo do design.

E olha, não é de hoje que ela mostra serviço. Formada em Belas Artes, a jovem já tinha um currículo respeitável, trabalhando com marcas famosas e desenvolvendo sua própria linguagem visual, que mistura um certo vintage com ousadias contemporâneas. Mas essa indicação, ah, essa catapultou seu nome para um outro patamar.

O projeto que encantou a academia

A capa de "Vida" não é qualquer uma. É daquelas que você olha e fica um tempinho tentando decifrar. Tem uma estética meio retro, com cores que lembram cartazes de propaganda antigos, mas com uma digital inconfundivelmente moderna. Lydia conseguiu captar a alma do álbum da The Noisettes e traduzir em imagem.

É irônico, ou talvez poético, que uma Guevara esteja sendo celebrada por um trabalho que, no fundo, também é sobre comunicar uma ideia, um sentimento. Só que agora, em vez de fuzis e discursos, as armas são cores, formas e muita criatividade.

Quando a notícia chegou, a reação dela foi tão humana quanto se espera. Disse que ficou "completamente sem palavras". Algo que raramente acontece com alguém daquela família, conhecida justamente por não se calar diante do mundo.

Um legado que se reinventa

O que significa carregar um sobrenome tão pesado? Para Lydia, parece ser uma questão de honrar suas próprias paixões, e não necessariamente um passado que não é o dela. Ela constrói sua própria história, longe dos campos de batalha e perto das pranchetas e dos softwares de design.

E aí está ela, prestes a subir no tapete vermelho do Grammy Latino. Quem viu, viu? De certa forma, é a prova de que os legados são complexos. Eles não se repetem, mas se transformam. A revolução, hoje, pode estar em uma obra de arte, em uma música, ou na coragem de uma neta que escolheu seu próprio caminho.

A cerimônia vai rolar em novembro, no Uruguai. E torcemos para que ela traga a estatueta para casa. Seria, no mínimo, um capítulo fascinante na longa e surpreendente saga da família Guevara.