
O coração da música tradicionalista gaúcha parou um pouco nesta segunda-feira, 22. A notícia, daquelas que a gente nunca quer dar, chegou com um peso enorme: Dona Iria Terezinha da Silva, a mulher forte por trás do artista, partiu aos 81 anos.
Ela não estava bem de saúde há algum tempo – essas batalhas silenciosas que a vida impõe. Quem confirma é o próprio filho, o cantor Baitaca, com a dor transbordando em cada palavra. A família, é claro, está arrasada. Quem não ficaria?
Pensa numa figura central, o alicerce de uma família inteira. Dona Iria era isso. Deixou nove filhos, um monte de netos e bisnetos que agora carregam a sua memória. O velório, um momento de despedida tão difícil, está acontecendo no Planalto, em Farroupilha, naquela região serrana do Rio Grande do Sul que tanto inspira as canções do filho.
O Silêncio que Fica
Baitaca – ou Baitacão, como muitos fãs carinhosamente chamam – é simplesmente um ícone. Sua voz e suas composições são a trilha sonora de incontáveis fandangos e rodeios. E por trás de um grande homem, quase sempre, há uma grande mãe. Dona Iria era esse porto seguro.
É uma daquelas perdas que vão além do pessoal; é um pedaço da história cultural que se vai. A cidade de Farroupilha, berço do artista, hoje respira um ar mais pesado, de solidariedade e respeito.
O sepultamento está marcado para as 16h desta segunda-feira no Cemitério Municipal de São José. Uma despedida terrena para uma mulher que, com certeza, deixa um legado de amor e resistência – a mesma que ecoa nas cantorias do filho.