Lily Collins e a Ditadura da Magreza: Até Quando Vamos Ficar Examinando a Balança Alheia?
Lily Collins e o tribunal da magreza: até quando?

Parece que virou esporte nacional – ou melhor, global – ficar de olho no prato (e no peso) alheio. Desta vez, a atriz Lily Collins, que todo mundo conhece da série Emily in Paris, acabou no banco dos réus das redes sociais. O crime? Ter um corpo magro. Sim, você leu certo.

E não foi pouco. As críticas choveram. De comentários "preocupados" até acusações diretas de promover distúrbios alimentares. Gente opinando, dando palpite, diagnosticando pela foto. Uma loucura.

O corpo alheio como território público

O pior é que a gente se acostumou com isso. Virou normal. Alguém aparece na foto mais cheiinha? Leva chumbo. Aparece mais sequinha? Leva também. Não tem escapatória. O corpo virou um assunto público, um tema de debate aberto – e muitas vezes, cruel.

Lily, claro, não ficou quieta. Devolveu as críticas com um recado bem claro: saúde é algo que se vive por dentro, não se mede por fora. E tem toda a razão.

Mas por que a gente faz isso?

É uma pergunta que fica ecoando. Será que é insegurança? Necessidade de projetar nos outros as próprias neuroses? Ou só falta do que fazer mesmo?

O fato é que essa mania de julgar a aparência alheia diz muito mais sobre a gente – como sociedade – do que sobre a Lily Collins. Revela uma obsessão com corpos que não são nossos, vidas que não nos pertencem.

E o pior: enquanto ficamos discutindo a roupa que não serviu, o osso que apareceu, a curva que sumiu, esquecemos do essencial: respeito. Sim, aquela coisinha básica que a gente aprende no jardim de infância.

O cansaço da fiscalização corporal

Já pensou se a gente gastasse toda essa energia com coisas que realmente importam? Com autoaceitação, com apoio, com incentivo à saúde de verdade – e não à magreza a qualquer custo?

O caso da Lily é só mais um exemplo. Um lembrete de que a gente ainda tem um caminho longo pela frente. Um caminho que, talvez, devesse começar com um simples “não é da sua conta”.

Porque no fim das contas, o corpo é pessoal. Íntimo. Território próprio. E tá na hora de a gente devolver isso pra quem é de direito: dono dele.