Leandro Abusado, ícone do funk e criador de 'Aqui no Baile do Egito', morre aos 40 anos
Leandro Abusado, do hit 'Aqui no Baile do Egito', morre aos 40

Era uma daquelas notícias que a gente nunca quer dar. Leandro Abusado, o cara que botou o Brasil pra dançar com 'Aqui no Baile do Egito', partiu cedo demais. Quarenta anos. Parece até brincadeira do destino, né? O funkeiro, que virou lenda nas periferias do Rio, deixou um vazio que nenhum beat vai preencher.

Quem viveu os anos 2000 lembra bem: o som dele estourava nos paredões, nas festas de rua, nos carros com som no talo. Uma mistura de batida pesada e letras que contavam a realidade das quebradas - sem firula, sem filtro. Leandro não cantava sobre a vida, ele vivia o que cantava.

Do anonimato ao estrelato (e os perigos do caminho)

Começou como tantos outros - nos bailes, nas batalhas de rima, fazendo som pra galera do morro. Mas tinha algo diferente nele. Talvez a voz rouca que parecia carregar todas as noites mal dormidas. Ou as letras que doíam de tão verdadeiras. O fato é que 'Aqui no Baile do Egito' explodiu feito bomba e mudou tudo.

Mas a fama, essa danada de duas caras, trouxe seus fantasmas. Nos últimos anos, Leandro lutou contra problemas de saúde - o corpo cobrando o preço de tantas batalhas. Ainda assim, até pouco tempo atrás, dava pra ver nos olhos dele aquela chama. A mesma que acendeu quando gravou seu primeiro hit no estúdio improvisado do primo.

O legado que fica

Por aí, nas comunidades, o som dele ainda ecoa. É como se cada play fosse um pedacinho de resistência. Leandro Abusado pode ter ido embora, mas o baile continua. E como dizia uma das suas frases mais famosas: 'Quem tá no egito não volta mais' - agora, infelizmente, levando um significado que ninguém queria.

O velório acontece neste sábado (27), no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, Zona Norte do Rio. Pra quem quiser se despedir do ídolo que fez história no funk nacional. A causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente pela família.