Aos 14 anos, Ruan Kennedy já dribla expectativas e arremessa sonhos com uma precisão que deixaria muitos veteranos no chinelo. Não é todo dia que surge um talento assim — desses que fazem você parar o que está fazendo só para assistir.
Nascido em São Paulo, o garoto começou a jogar basquete quase por acaso, num campinho de várzea perto de casa. Mas o que era brincadeira virou coisa séria rápido demais. Seus treinadores falam em "dom natural", mas Ruan prefere creditar às madrugadas treinando sozinho sob os refletores fracos da quadra municipal.
Um jogo diferente
Enquanto outros adolescentes estão preocupados com redes sociais, Ruan estuda jogadas de ídolos como LeBron James e Oscar Schmidt. "Ele tem uma leitura de jogo absurda para a idade", comenta Marco Aurélio, seu técnico no time sub-15. "É como se já nascesse sabendo onde a bola vai cair."
Os números comprovam: 1,92m de altura (e crescendo), média de 28 pontos por jogo no último campeonato paulista e um controle de bola que mistura gingado de rua com técnica apurada. Tudo isso sem perder a humildade típica de quem ainda divide o armário do vestiário com colegas duas cabeças mais baixos.
Rotina de atleta profissional
Acordar às 5h30? Treino antes da escola? Dieta regrada? Parece exagero, mas é o preço que Ruan paga — com gosto — pelo talento. "Às vezes dá vontade de comer um hambúrguer", confessa entre risos, "mas meu pai não deixa." A família, aliás, é seu maior suporte: a mãe vira estatística improvisada; o irmão mais novo, seu primeiro fã.
Clubes grandes já bateram na porta, mas por enquanto o foco é o desenvolvimento. "Quero ser completo, não apenas um "garoto-prodígio"", diz com maturidade que contrasta com a voz ainda infantil. O plano? NBA, é claro. Mas antes, deixar sua marca no basquete brasileiro.
Enquanto isso, nas quadras de São Paulo, um fenômeno vai construindo sua lenda — um arremesso de cada vez.
