
Que começo de torneio, hein? A nossa Bia Haddad Maia, que é top 20 do mundo, não facilitou nem um pouco na sua estreia no WTA 500 de Seul, na Coreia do Sul. A paranaense, que carrega a bandeira do tênis brasileiro nas costas, enfrentou e venceu a eslovena Dalma Galfi, mas a história foi bem mais complicada do que o placar de 2 sets a 0 (7/5 e 6/3) pode sugerir.
Imagina só: no meio do primeiro set, quando o jogo estava absolutamente travado em 4 games a 4, a Bia claramente não estava bem. Dá pra ver de longe quando um atleta não está 100%. Ela parecia lenta, meio desconectada das bolas, e chegou a fazer um gesto pro box indicando que algo não ia bem. Foi tenso.
Mas eis que surge aquela mentalidade vencedora que a gente já conhece. Depois de uma pausa médica — que pareceu uma eternidade pra quem tava torcendo —, ela voltou com outra energia. Que virada! Ela quebrou o saque da Galfi no game decisivo e fechou o primeiro set em 7/5. Foi pura raça!
O segundo set e a virada completa
O segundo set foi completamente diferente. Com o físico mais recuperado e a confiança lá em cima, a brasileira dominou as ações desde o início. O backhand dela, que é uma das armas mais potentes, começou a funcionar perfeitamente. Ela quebrou o saque da eslovena logo no segundo game e administrou a vantagem até o final. Foi uma demonstração de maturidade tática impressionante.
Números não mentem: 5 aces (contra apenas 2 da adversária), 75% de pontos ganhos no primeiro saque e uma eficiência brutal de 4/7 em pontos de quebra. São estatísticas de jogadora que sabe o que está fazendo, mesmo não estando no seu melhor dia fisicamente.
O que esperar dos próximos jogos?
Agora, a caminhada de Bia no torneio coreano continua contra a polonesa Magdalena Fręch, que também venceu sua primeira partida. Se a brasileira conseguir manter o ritmo do segundo set — e principalmente se recuperar totalmente desse mal-estar —, tem tudo para seguir avançando na competição.
É sempre bom lembrar: Bia já foi semifinalista em Seul ano passado. Ela conhece bem essas quadras e sabe o que é preciso para vencer aqui. Essa vitória de hoje, especialmente da maneira como aconteceu, é um aviso para as adversárias: a brasileira não desiste nunca.
Quem acompanha tênis sabe — dias ruins acontecem com todo mundo. A diferença entre os grandes atletas e os outros está exatamente aí: na capacidade de encontrar um jeito de vencer mesmo quando não estão no seu ápice. Bia mostrou hoje que tem isso de sobra.