Padre na Paraíba é acusado de intolerância religiosa após comentários sobre Preta Gil e religiões afro
Padre na PB acusado de intolerância religiosa

O que acontece quando um discurso religioso ultrapassa os limites do respeito? Na Paraíba, um padre está sendo acusado de intolerância religiosa após fazer comentários polêmicos sobre a cantora Preta Gil e as religiões de matriz africana. O caso, que já viralizou nas redes sociais, reacendeu um debate antigo — e necessário — sobre liberdade de crença no Brasil.

Segundo relatos, o religioso teria feito afirmações consideradas ofensivas durante uma homilia. "Foi como jogar gasolina na fogueira", comentou uma testemunha que preferiu não se identificar. As falas, que circularam rapidamente, geraram revolta em comunidades tradicionais.

O que exatamente foi dito?

Detalhes ainda são nebulosos, mas fontes próximas ao caso afirmam que o padre associou práticas afro-brasileiras a "coisas do demônio". A referência à Preta Gil — conhecida por sua militância em causas sociais e religiosas — teria sido o estopim para a denúncia formal.

Não é a primeira vez que esse tipo de situação acontece, mas dessa vez parece que a paciência esgotou. Líderes de terreiros já se mobilizam para cobrar medidas mais duras contra discursos de ódio disfarçados de pregação religiosa.

Repercussão e próximos passos

Nas ruas de João Pessoa, o assunto divide opiniões. Enquanto alguns defendem a "liberdade de expressão do padre", outros lembram que direitos terminam onde começam os dos outros. "Isso não é questão de opinião, é crime", dispara Mãe Rita de Oxum, coordenadora de uma associação de cultos afro.

A Arquidiocese local se pronunciou dizendo que "analisa o caso com seriedade", mas evitou comentários específicos. Enquanto isso, o Ministério Público já teria sido acionado — o que pode render ao padre desde uma simples advertência até processos mais graves.

Uma coisa é certa: num país plural como o Brasil, onde sincretismo religioso faz parte da cultura, casos como esse servem de termômetro para medir até onde vai nossa tolerância. Ou falta dela.