Bíblia como material didático? Câmara de Divinópolis aprova polêmica e gera debate acalorado
Divinópolis aprova uso da Bíblia como material didático

Eis que Divinópolis vira palco de uma daquelas discussões que dividem até famílias no almoço de domingo. A Câmara Municipal — num lance que alguns chamam de corajoso e outros de temerário — aprovou nessa quarta (7) o uso da Bíblia como material didático nas escolas públicas. E olha que o rebuliço não foi pequeno.

O que exatamente foi aprovado?

Os vereadores, numa votação que deixou até o plenário meio abafado de tanta tensão, deram sinal verde para que o "livro sagrado" entre nas salas de aula não como objeto de culto, mas como — pasmem — fonte de estudos. A proposta, que tramitava há meses, finalmente saiu do papel com 12 votos a favor e apenas 3 contra.

Mas calma lá! Não é como se fosse virar leitura obrigatória no lugar de matemática. O texto aprovado deixa claro que o uso será opcional e "dentro de contextos pedagógicos específicos" — whatever that means, como diria o jovem metido a bilíngue.

Os dois lados da moeda

Do lado dos defensores, o argumento é de cair o queixo (ou não):

  • "A Bíblia é patrimônio cultural da humanidade", bradou o vereador autor da proposta, visivelmente emocionado
  • "Valores éticos e morais que nossa sociedade tanto precisa", completou uma apoiadora, fazendo coro

Já a oposição veio com tudo:

  1. "Estado laico onde está?", questionou uma professora presente na galeria
  2. "E os alunos de outras religiões?", disparou o único vereador da bancada de esquerda

E no meio disso tudo, os educadores coçando a cabeça — afinal, quem vai capacitar os professores pra lidar com esse vespeiro? A Secretaria de Educação, que até agora ficou no muro, prometeu "diretrizes claras" nos próximos dias. Aham, senta e espera.

E agora, José?

Enquanto nas redes sociais a briga já virou trending topic com #BibliaNasEscolas, especialistas em educação dão de ombros: "Já temos tanto problema pra resolver, e vêm com essa?", resmungou um deles, pedindo anonimato. Outros, mais ponderados, lembram que o MEC já tem parâmetros para o ensino religioso — mas convenhamos, ninguém nunca soube direito como aplicar.

Fato é que Divinópolis pode ter acabado de criar um precedente perigoso — ou revolucionário, depende de que lado você tá. Uma coisa é certa: a discussão sobre o lugar da religião na educação pública está longe do fim. E você, o que acha dessa balbúrdia toda?