
E o Brasil ficou mais silencioso. Não um silêncio qualquer, mas aquele pesado, que só a ausência de um gênio é capaz de causar. Hermeto Pascoal, aquele alagoano de Lagoa da Canoa que conversava com os sons do mundo, partiu aos 88 anos. A notícia, como era de se esperar, ecoou forte nos corredores do poder.
O próprio Presidente Lula, em um daqueles momentos em que a política dá lugar ao sentimento, soltou uma nota que mais parecia um suspiro. Dá pra sentir a dor genuína nas entrelinhas, sabe? Ele não só reconheceu o Hermeto como um dos maiores — missão fácil — mas destacou aquilo que poucos falam: a capacidade brutal do homem de achar música em absolutamente tudo. Uma panela, um apito, o canto de um pássaro. Tudo virava arte nas mãos dele.
E pensar que o forró pé-de-serra do seu pai foi o pontapé inicial para uma das carreiras mais malucas e geniais que este país já viu. Hermeto não era só músico; era um inventor sonoro, um alquimista de notas. Lula lembrou bem: o cara simplesmente redesenhou o que a gente entendia por música brasileira.
Um Legado Que Vai Muito Além dos Palcos
O que dói não é só perder um ícone. É saber que um farol criativo daquela magnitude se apagou. O presidente — e meio mundo junto — enxerga Hermeto como uma fonte inesgotável de inspiração. Para os músicos de hoje, para os que estão por vir, e até para quem nem entende muito de partitura mas se arrepiou com algum dos seus chorinhos.
Numa jogada mais do que justa, Lula já deu ordens para que o Ministério da Cultura, sob o comando de Margareth Menezes, bote a mão na massa. A ideia é criar um tributo à altura. E convenhamos, botar isso no papel é fácil, o difícil é criar algo que realmente faça jus a um cara que nunca se prendeu a formato nenhum.
O governo federal, por meio de uma nota oficial, deixou claro que a família e os amigos do artista têm todo o apoio neste momento de luto. É o mínimo, mas é significativo.
O Silêncio Depois da Tempestade Sonora
Hermeto Pascoal não era um artista comum. Era uma força da natureza. Sua morte não é o fim de uma carreira; é o fechamento de um ciclo de pura invenção. O mundo da cultura está de luto, mas, como bem pontuou Lula, a sua música é eterna. Vai continuar ecoando, desafinando o óbvio e encantando gerações.
O ‘bruxo’ se foi. Mas a mágica, ah, a mágica ficou.