
Parece que o cheiro de churrasco já impregna o ar antes mesmo da data oficial. Setembro no Rio Grande do Sul tem um sabor especial, e não é só pelo chimarrão. Dados fresquinhos – e um tanto surpreendentes – mostram que as vendas de carvão vegetal no estado deram um salto nada modesto de 30% só neste mês. A explicação? Ah, isso é a parte mais previsível e, ao mesmo tempo, a mais charmosa de toda a história.
A proximidade da Semana Farroupilha, aquela celebração épica que honra a história e os costumes gaúchos, é o motor por trás desse frenesi comercial. É como se um interruptor fosse ligado no primeiro dia do mês: a procura pelo produto simplesmente explode. E não é exagero. Lojistas de materiais de construção e até mesmo de supermercados já contam, com um sorriso no rosto, que o carvão virou o item mais quente das prateleiras – perdão pelo trocadilho.
Um dos vendedores, seu Ademar, que trabalha há décadas no ramo, comenta com aquele sotaque puxado: "Todo ano é a mesma coisa, mas esse... esse parece que veio mais forte. A galera não quer ficar sem seu churrasco de picanha no final de semana. Já tive que fazer reposição de estoque três vezes na mesma semana!". E ele não está sozinho nessa sensação. O comércio como um todo sente o reflexo imediato dos preparativos para os fandangos e encontros tradicionais.
Mas espere aí, será que é só nostalgia? Especialistas em mercado arriscam um palpite: além do fator tradição, o período pós-inverno e a expectativa de dias mais ensolarados e propícios para encontros ao ar livre criam o cenário perfeito. As pessoas simplesmente *querem* se reunir. E no RS, reunião sem churrasco é... bem, não é reunião.
O impacto econômico é palpável. Esse aumento de 30% não é apenas um número solto em um gráfico; representa uma injeção de ânimo real para os comerciantes, que esperam por momentos assim. Movimenta a cadeia toda, do produtor ao entregador. E, claro, deixa aquele cheirinho gostoso de fumaça e convívio pairando sobre o estado.
Ou seja, se você está no Sul e sente um cheirinho de carvão queimado no ar, não é impressão. É cultura, é economia, é tradição. E, no fundo, é a prova de que algumas coisas – como a paixão por um bom churrasco entre amigos – simplesmente não mudam.