
Eis que o Carnaval — essa festa que é quase um organismo vivo — vai passar por uma metamorfose digna de nota. Nada menos que o presidente da LIESA, aquela entidade que dita o ritmo dos desfiles, soltou o verbo: em 2026, o carro de som, esse gigante de aço que há décadas ecoa pelos barracões, vai virar história.
Não é brincadeira. A mudança vem acompanhada de outro baque: os ensaios técnicos, aquela maratona que deixava até os mais animados de cabelo em pé, serão reduzidos. "A gente precisa respirar novo", disse o mandatário, com um sorriso que misturava alívio e nostalgia.
O fim de uma era
Quem viveu o Carnaval nos últimos 30 anos sabe — o carro de som era como um terceiro diretor de harmonia. Alto, imponente, ditando o compasso. Mas, segundo fontes próximas à organização, a tecnologia finalmente alcançou a tradição. "Os sistemas de monitoramento individual evoluíram tanto que o carro virou um elefante numa loja de cristais", comentou um veterano que preferiu não se identificar.
Detalhe curioso: nas últimas cinco edições, 73% das reclamações das escolas vinham justamente do volume — ou da falta — do tal carro. Ou era alto demais, ou sumia no meio do caos. Agora, cada alas terá seu próprio sistema. Revolução? Pra uns. Heresia? Pra outros.
E os ensaios?
Aqui a coisa pega. Os ensaios técnicos, aqueles eventos que pareciam não ter fim, serão enxugados. "Três por escola, no máximo", avisou o presidente, recebendo olhares desconfiados de velhos carnavalescos. O argumento? "Cansaço físico, desgaste emocional e custos que não paravam de subir".
- Antes: até 8 ensaios intermináveis
- Depois: apenas 3, mais curtos e objetivos
Não pense que foi decisão fácil. "Discutimos isso por meses", confessou uma diretora de bateria. "Mas no fim, até os mais conservadores concordaram que estava virando um martírio."
E aí, vai pegar?
O sambódromo não vai ser o mesmo, isso é fato. Sem o ronco característico do carro, sem aqueles ensaios que se arrastavam até de madrugada. Resta saber se as escolas vão abraçar a mudança ou se vamos ver protestos disfarçados de alas.
Uma coisa é certa: o Carnaval carioca, sempre reinventivo, está prestes a escrever mais um capítulo inesperado na sua história. E você, o que acha? Evolução necessária ou fim da magia?