Quem diria que pedaços redondos de metal e pedaços de papel poderiam contar tantas histórias? Pois é exatamente isso que está acontecendo neste final de semana no Centro de Eventos do Ceará. A capital cearense se transformou no epicentro nacional da numismática – sim, esse é o nome chique para o colecionismo de moedas e cédulas.
Até domingo, o local recebe o Encontro de Colecionadores, uma verdadeira imersão no universo das relíquias monetárias. E não estamos falando daquelas moedas que a gente encontra no fundo do sofá, não. São peças que valem uma pequena fortuna – algumas avaliadas em milhares de reais.
Um Passaporte Para o Passado
O evento reúne cerca de 60 expositores de praticamente todos os cantos do país. Cada estande é como uma máquina do tempo particular. De um lado, moedas do período imperial brasileiro – aquelas que circulavam quando Dom Pedro II ainda dava seus passeios pelo país. Do outro, cédulas que testemunharam todas as mudanças econômicas do século XX.
"É impressionante como cada peça carrega um pedaço da nossa história", comenta um visitante que preferiu não se identificar. "Você segura uma moeda de 1 real antiga e lembra de tudo que podia comprar com ela nos anos 90. É nostálgico e triste ao mesmo tempo."
Peças Que Valem Mais Que Dinheiro
Entre as estrelas da exposição, algumas verdadeiras preciosidades:
- Moedas de ouro do período colonial – sim, daquelas que os piratas roubavam nos filmes
- Cédulas de cruzeiro que parecem saídas de um álbum de fotografia antigo
- Exemplares raros de cruzados que quase ninguém viu circular
- Edições comemorativas que contam capítulos específicos da nossa trajetória econômica
O valor? Bem, varia bastante. Tem peças acessíveis para iniciantes – coisa de R$ 20, R$ 30 – e outras que chegam a valer mais que um carro popular zero quilômetro. Sério.
Mais Que Uma Feira, Uma Comunidade
O que mais chama atenção não é apenas o valor monetário das peças, mas a paixão dos colecionadores. São pessoas que dedicam anos – às vezes décadas – montando acervos específicos. Tem quem só coleciona moedas de 1 real de diferentes anos, outros que focam em cédulas com erros de impressão (sim, isso existe e vale muito).
"A gente acaba criando uma rede, uma comunidade", explica um expositor que veio de Minas Gerais especialmente para o evento. "Trocamos informações, peças, histórias... É um hobby que vira estilo de vida."
E para os leigos que estão pensando "mas onde eu arranjo essas moedas antigas?", a dica é começar pelo próprio bolso – ou melhor, pelo cofrinho dos avós. Muitas peças valiosas ainda estão por aí, esquecidas em velhas caixas de sapatos no fundo do armário.
O evento funciona das 10h às 19h, com entrada totalmente gratuita. Uma oportunidade única de ver de perto pedaços da história que, literalmente, passaram pelas mãos de milhões de brasileiros.
Quem sabe você não descobre que tem um pequeno tesouro guardado em casa sem nem saber?
