FLIM em Crise: Curadoria Abandona Festa Literária Após Polêmica de Censura
Curadores abandonam FLIM após acusações de censura

E aí, o que acontece quando a tesoura do poder decide podar a arte? Bom, a resposta veio com um estrondo na noite desta terça-feira (16) em Marechal. A equipe inteira de curadores da Festa Literária Internacional de Marechal, a famosa FLIM, simplesmente lavou as mãos e abandonou o barco. O motivo? Uma pressão insuportável da prefeitura, que eles não hesitam em chamar de pura e simples censura.

Parece que a administração municipal resolveu dar uma de 'conselheira artística' de última hora. Queriam meter a colher na programação, mudar autores, talvez tirar aqueles que não seguiam a cartilha... um verdadeiro desrespeito à independência criativa. Os curadores, é claro, não engoliram. "A gente não topa ser fantoche de ninguém", disse uma fonte próxima ao grupo, que preferiu não se identificar – e quem pode culpá-la?

Um Evento Prestigiado na Corda Bamba

A FLIM não é qualquer feirinha. Ela já estava com tudo encaminhado para a sua 6ª edição, marcada para os dias 16 a 19 de outubro, no Parque Municipal. Agora, com a saída bombástica de toda a mente por trás do evento, o futuro do festival paira sobre uma névoa de incerteza. Vai acontecer? Como? Com quem? São perguntas que ninguém consegue responder direito.

O prefeito, Rogério César, já tentou se explicar. Disse que a gestão municipal apenas queria "garantir a lisura do uso do recurso público". Mas, cá entre nós, essa desculpa já não soa um tanto... gasta? É sempre o mesmo disco arranhado quando o assunto é controlar a narrativa. A verdade é que a interferência foi tão pesada que tornou o trabalho dos curadores simplesmente impossível.

O Silêncio que Grita

O mais irônico de tudo isso? A tal da "abertura oficial" da FLIM estava marcada para esta quarta-feira (17). Agora, em vez de celebrar a literatura, a prefeitura vai ter que explicar esse vacilo monumental. A assessoria do evento, que também pediu para sair, confirmou o pedido de demissão em massa por meio de um e-mail direto e cru. Nada de rodeios.

O G1 tentou contactar a prefeitura para um novo posicionamento, mas... silêncio. Nada de retorno. Alguém está com a palavra presa na garganta. Enquanto isso, a comunidade literária e os amantes da cultura na região ficam a ver navios, mais uma vez vendo a política asfixiar a arte.

Resta saber se a FLIM de 2025 vai sobreviver a esse terremoto ou se vai se tornar apenas mais uma nota de rodapé na história dos eventos culturais sabotados pelo poder. Uma pena.