O futebol brasileiro acaba de presenciar um daqules momentos que, cá entre nós, a gente nem acredita que está vendo. Não é todo dia que a tradição treme nas bases, mas quando treme, é bonito de se ver. E olha que coisa: pela primeira vez na história – repito, pela primeira vez –, dois clubes do Nordeste garantiram acesso à Série A do Brasileirão na mesma temporada. Sim, você leu certo.
O Fortaleza, com sua campanha simplesmente arrasadora, já havia carimbado o passaporte fazia tempo. Mas a festa de verdade, aquela que arrepia até os vizinhos, aconteceu mesmo na noite desta sexta-feira. O Sport, depois de uma temporada de altos e baixos que deixou qualquer torcedor com os nervos à flor da pele, finalmente conseguiu o ponto que faltava. Um empate contra o CRB, por 1 a 1, selou o destino. E que destino!
Uma Mudança de Cenário que Era Improvável
Lembra como era? O eixo Rio-São Paulo ditando as regras, com uma visitinha esporádica de algum time de outros cantos. Pois é, esquece. O Nordeste não está mais para brincadeira. A região, que sempre foi um celeiro de talentos inegável, agora também é uma força competitiva. Isso não é só um dado estatístico; é cultural, é emocional, é… finalmente.
O Leão da Ilha do Retiro não facilitou. O gol saiu cedo, mas o CRB – que também lutava por seus objetivos – não deixou barato e empatou. Os minutos finais foram daqueles de torcer o paninho, suar a camisa e roer as unhas até o último segundo. Quando o apito soou, a explosão. Algo mudou no futebol nacional, e mudou para melhor.
E Agora, José?
Com as duas vagas já preenchidas, a pergunta que fica é: quem leva a taça? O Fortaleza, estável e dominante, ou o Sport, que chegou com a garra de quem queria mais? A briga pelo título da Série B 2024 promete ser eletrizante. E ano que vem, na elite, a história será outra. Será que o eixo sul-sudeste está preparado para essa invasão nordestina? Porque eu tenho a impressão de que não.
O que é inquestionável é que o futebol ganha com isso. Ganha em diversidade, em rivalidades novas, em torcedores passionais lotando estádios de norte a sul. É um sopro (quente) de ar fresco. E convenhamos, era mais do que necessário.
