
O clima no Água Santa, pra ser bem sincero, é daqueles que te deixam com os nervos à flor da pele. De um lado, uma alegria contagiante, daquelas que fazem a torcida perder a voz. Do outro, uma sombra de dúvida que não sai de cena. Hernán Crespo, o comandante, vive essa dualidade na pele.
O time acabou de garantir um feito histórico: a classificação para a final do Campeonato Paulista. Não é pouca coisa, né? Um clube de menor expressão chegando lá, brigando de igual pra igual com os grandalhões. O Crespo, claro, tá com um sorriso de orelha a orelha. Quem não ficaria?
Mas aí é que a coisa complica...
Enquanto o time se prepara para a decisão estadual, um assunto completamente diferente—e muito mais complexo—rouba a cena nos bastidores. A tal vaga na próxima Libertadores. Sabe aquele prêmio que todo mundo quer? Pois é. O Água Santa pode acabar herdando a vaga que originalmente seria do Corinthians... tudo por causa daquela confusão toda com o estádio Neo Química Arena na final da Copa do Brasil do ano passado.
O problema é que isso não é nada simples. A confusão tá nas mãos da Justiça Desportiva, e ninguém—absolutamente ninguém—sabe quando isso vai ser resolvido. Imagina a cabeça do técnico? Você monta seu planejamento, seus esquemas táticos, seus sonhos... tudo dependendo de uma decisão judicial. É de enlouquecer qualquer um.
E o Crespo, coitado, fica nesse limbo. Comemora o presente, mas não pode ignorar o futuro. Ele mesmo admitiu: é difícil não pensar nisso. Como focar só no Paulistão quando uma oportunidade de ouro como a Libertadores paira no ar, sem certeza nenhuma?
O time segue treinando, se preparando, tentando manter o foco. Mas é humanamente impossível ignorar o elefante na sala. A torcida espera. Os jogadores também. E Crespo, lá no fundo, deve cruzar os dedos—e torcer para que a burocracia não estrague uma das maiores chances da história do clube.
Enquanto o tribunal não se manifestar, a ansiedade só vai aumentar. No Diadema, respira-se futebol... e um pouco de esperança.