
Era uma tarde de terça-feira comum no Rio de Janeiro quando Marco Aurélio, um dos nomes mais respeitados do jornalismo brasileiro, decidiu virar a página. Depois de 52 anos — sim, você leu direito — o repórter cinematográfico se despediu da TV Globo. E que despedida!
"Realizei um sonho aqui", confessou ele, com aquela voz rouca de quem já viu de tudo nessa vida. Desde os tempos em que as câmeras pesavam mais que uma mala de viagem até a era dos smartphones, Marco Aurélio testemunhou a evolução do jornalismo na pele.
Uma carreira que é quase um museu
Quem acompanha a Globo há alguns anos — ou décadas — certamente se lembra do seu trabalho. Ele estava lá, firme e forte, cobrindo desde as chuvas que transformavam o Rio em caos até os grandes eventos esportivos que paravam o país.
E olha que não foi fácil! Na época da ditadura, por exemplo, ser repórter era como andar sobre ovos. Mas ele, com seu faro apurado e um jeito mineiro de ser, sempre soube navegar por águas turbulentas.
O segredo? Paixão pelo ofício
Numa época em que todo mundo quer virar youtuber ou influencer, a história de Marco Aurélio soa quase como um conto de fadas às avessas. Começou de baixo, subiu degrau por degrau e — pasme — ficou cinco décadas na mesma empresa!
"Hoje em dia isso é raro como jaca em fevereiro", brincou um colega de redação, enquanto organizavam a festa surpresa de despedida. E não é que ele tem razão?
Entre uma xícara de café requentado e outra, Marco Aurélio revelou alguns bastidores curiosos:
- A vez que quase caiu de um helicóptero durante uma cobertura
- O dia em que entrevistou um presidente da República de chinelos
- A reportagem que fez chorando — mas que precisava ir ao ar de qualquer jeito
E agora? "Vou descansar, cuidar dos netos e talvez escrever um livro", planeja o veterano, enquanto arruma as últimas coisas na sua mesa — aquela mesma que testemunhou gerações de jornalistas passando pelo corredor.
Uma coisa é certa: a TV Globo nunca mais será a mesma sem ele. Mas como diz o ditado, "tudo tem seu tempo" — e o tempo de Marco Aurélio, bem vivido e cheio de histórias para contar, deixou marcas profundas no jornalismo brasileiro.