K-Drama na Globo: A Estratégia Secreta para Conquistar Novos Públicos com Novelas Coreanas
K-Drama na Globo: Aposta Coreana para Novos Públicos

Quem diria, hein? A televisão brasileira, aquele território dominado por caras de pranto e tramas tropicais, está sofrendo uma revolução silenciosa — e vem do outro lado do mundo. A Globo, aquela mesma que nos acostumou com o cheiro de terra molhada e paixões ardentes, está mirando num fenômeno global: os K-dramas.

Não é pouco coisa. A emissora das Organizações Globo — sim, aquela que define o que o Brasil assiste — decidiu abrir as portas para histórias que nascem na Coreia do Sul. E olha, a jogada é bem mais esperta do que parece.

Não é modinha, é estratégia

A coisa começou com Vingança, lá no Viva. De repente, aquele público que nem lembrava que o canal existia estava grudado. Aí veio Dramasia, um bloco dedicado só a essas produções asiáticas. E pasme: deu certo. Tão certo que a Globo resolveu subir a aposta.

Agora, às tardes, depois do É de Casa, é hora de coreano. Três títulos entraram na roda: O Escândalo de Seo-young, May It Please the Court e Hyena. Três perfis diferentes, três tentativas de fisgar quem já cansou do mesmo.

E por que isso importa?

Olha, não é só sobre colocar algo novo no ar. É uma mudança de mentalidade. A Globo — pasmem — está admitindo que seu público tradicional… bem, não é mais só aquele. A geração Z, os millennials, quem consome streaming até no banho: essa gente quer outra coisa.

E os números? Bem, falam por si. O Viva, que antes parecia um canal para esquecer, disparou 67% na audiência na faixa dos 25 aos 34 anos. Entre mulheres? 61%. Algo está funcionando.

Não é só entretenimento, é cultura

Os fãs são fiéis. Quase religiosos. Criaram comunidades, grupos de discussão, traduzem conteúdos — por amor. A Globo percebeu que não estava vendendo apenas uma novela, mas um estilo. Uma estética. Um jeito diferente de contar histórias.

E tem mais: a produção coreana é enxuta. Menos episódios, ritmo acelerado, finais planejados. Nada daquela enrolação de nove meses. O telespectador agradece.

O que vem por aí?

A aposta é clara: diversificar ou morrer. Se a Globo quer sobreviver na era da Netflix e do YouTube, precisa inovar. E rápido. Colocar K-dramas num horário nobre — ainda que da tarde — é um teste. Um sinal.

Será que veremos uma novela coreana no horário das nove? Quem sabe. O Brasil está mesmo disposto a trocar o tradicional pela novidade? Bom, pelo visto, a Globo acredita que sim.

(E eu, particularmente, acho que eles estão certíssimos.)