Trajetória inspiradora: mulheres negras são homenageadas em evento emocionante em Nova Friburgo
Mulheres negras inspiradoras homenageadas em Nova Friburgo

Nova Friburgo nunca foi a mesma depois dessa. Num cantinho especial da cidade, onde o vento da serra parece sussurrar histórias, um tributo arrepiante tomou conta do espaço. Mulheres que carregam no sangue a herança de guerreiras — e no cotidiano, batalhas que muitos nem imaginam.

Não foi "só" uma exposição. Foi um soco no estômago (no bom sentido), uma daquelas coisas que te fazem parar e pensar: "Por que não fizemos isso antes?". Fotografias, objetos pessoais, depoimentos em vídeo — cada detalhe contava uma saga diferente, mas com um fio condutor: resistência.

Quem eram essas mulheres?

Ah, essa é a parte que corta o coração. Tinha desde a dona de casa que virou líder comunitária (sem nunca ter feito curso de liderança, diga-se) até a professora que transformou a sala de aula num território de empoderamento. Uma, em especial, me pegou desprevenido: a história da quituteira que sustentou três gerações com o dinheiro do bolinho de chuva.

  • Dona Maria, 72 anos, criou sozinha 4 filhos vendendo doces
  • Professora Ana Claudia, pioneira no ensino da cultura afro na região
  • Jovem Raissa, que aos 25 anos já comanda um coletivo artístico

E sabe o que é mais incrível? Metade dessas histórias estava guardada na memória dos familiares. Quase se perderam no tempo — até agora.

"A gente não sabia que era importante"

Essa frase, dita por uma neta durante a inauguração, explica tudo. Quantas histórias assim estão por aí, esquecidas na gaveta? A curadora do projeto, uma antropóloga com cara de quem já viu de tudo, confessou: "Chorei três vezes durante as entrevistas. E não sou de chorar."

O evento — que vai muito além de fotos na parede — fica até o final do mês. Tem oficinas, rodas de conversa e até uma feijoada comunitária no último dia (porque não tem celebração da cultura afro sem comida que acalenta a alma, né?).

Ah, e pra quem acha que isso é "coisa de negro": repense. Como disse uma das homenageadas, entre um gole de café e uma risada: "História boa é igual a feijoada — quanto mais ingredientes, melhor fica."