
Numa cerimônia que misturou emoção e reflexão, Miriam Leitão finalmente assumiu sua cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL). E olha, não foi sem um certo peso no peito — afinal, ela é apenas a 11ª mulher a ocupar esse espaço em 127 anos de história. "Somos tão poucas", disse, com aquela voz que a gente já conhece das análises econômicas, mas agora carregada de um tom diferente.
O evento rolou naquela sede imponente da ABL, no Rio, e juntou gente de todo tipo — desde colegas acadêmicos até fãs da jornalista. E dá pra entender o porquê: Miriam não é só uma das vozes mais respeitadas do jornalismo econômico, mas também uma escritora de mão cheia, com livros que vão de memórias pessoais a ficção.
Um discurso que cutucou a história
Quando pegou o microfone, ela não economizou nas palavras. "Esta cadeira foi feita para ser ocupada por todos, mas nem todos tiveram a chance", disparou, lembrando que a ABL já teve momentos bem menos inclusivos. E não é que ela tem razão? Até 1977, zero mulheres na Academia. Zero!
Mas calma, não foi só crítica. Miriam também jogou luz nos avanços — afinal, hoje já são 11 cadeiras ocupadas por mulheres, incluindo nomes como Nélida Piñon e Ana Maria Machado. "É pouco, mas é um começo", ponderou, com aquela mistura de esperança e realismo que só ela sabe fazer.
O que significa essa posse?
Pra quem tá por fora, entrar na ABL não é brincadeira. São 40 imortais, eleitos por seus pares, que representam o que há de melhor na literatura e no pensamento brasileiro. E ter uma jornalista econômica ali? Bom, isso diz muito sobre como a Academia está se reinventando.
- Miriam ocupa a cadeira número 37, que já foi de autores como João Guimarães Rosa
- Ela é a terceira mulher a ocupar essa cadeira específica
- Seu discurso focou na importância de "escrever o Brasil" em toda sua complexidade
E sabe o que é mais interessante? Apesar de ser conhecida pelos números e gráficos, Miriam mostrou que tem um lado literário afiado. Citou desde Machado de Assis até Conceição Evaristo, provando que economia e poesia podem, sim, andar juntas.
No final, ficou aquele gostinho de "era sobre isso". Uma cerimônia que celebrou não só uma carreira brilhante, mas também um pequeno — mas significativo — passo na direção certa. Como ela mesma disse: "Ainda há muito chão, mas cada passo importa". E que venham mais passos assim!