 
Mato Grosso revela-se como um verdadeiro tesouro linguístico do Brasil, abrigando impressionantes 114 línguas indígenas diferentes, de acordo com dados recentes do Censo 2022 do IBGE. Esta riqueza cultural coloca o estado na quarta posição nacional em diversidade linguística, atrás apenas do Amazonas, Roraima e Acre.
Um Mosaico Cultural em Números
Os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística pintam um retrato fascinante da diversidade cultural mato-grossense:
- 114 línguas indígenas diferentes sendo faladas no território estadual
- Posição de destaque nacional como quarto estado mais multilíngue
- Presença de falantes de apenas 34 destas línguas em todo o país
Alerta Vermelho para a Diversidade Linguística
Apesar dos números impressionantes, especialistas em linguística e antropologia emitem um alerta preocupante. Estima-se que aproximadamente 70% dessas línguas estejam sob sério risco de extinção nas próximas décadas.
"Cada língua que desaparece leva consigo um universo cultural único, conhecimentos ancestrais e uma forma particular de ver o mundo. A perda linguística representa uma perda irreparável para a humanidade", explica a linguista Ana Silva, pesquisadora de línguas indígenas há 15 anos.
O Cenário Nacional da Diversidade Linguística
O panorama brasileiro revela uma concentração significativa da diversidade linguística na região Norte do país:
- Amazonas: 211 línguas indígenas
- Roraima: 126 línguas indígenas
- Acre: 118 línguas indígenas
- Mato Grosso: 114 línguas indígenas
Esta distribuição geográfica evidencia a rica variedade cultural presente nas diferentes regiões brasileiras e a importância de políticas públicas específicas para cada contexto.
Desafios e Oportunidades para a Preservação
A preservação deste patrimônio linguístico enfrenta múltiplos desafios, desde a pressão da cultura dominante até a falta de documentação adequada de muitas dessas línguas. No entanto, iniciativas de valorização e registro têm ganhado força nos últimos anos.
"É fundamental desenvolver políticas educacionais que respeitem e incorporem essas línguas, além de incentivar pesquisas que documentem e analisem essa incrível diversidade", defende o antropólogo Carlos Mendes, que trabalha com comunidades indígenas em Mato Grosso.
A riqueza linguística de Mato Grosso não é apenas um dado estatístico - é a expressão viva da história e da resistência dos povos originários, um legado que merece ser conhecido, valorizado e, acima de tudo, preservado para as futuras gerações.
 
 
 
 
