
Quem diria que uma simples banana poderia carregar tanto significado? No coração do Espírito Santo, uma exposição inusitada está dando o que falar — e pensar. A mostra, que ocupa um espaço entre o lúdico e o político, transforma frutas do cotidiano em poderosos símbolos de reflexão.
Fruta que virou manifesto
Não se engane pela aparente simplicidade. As bananas douradas e morangos vermelhos dispostos nas instalações são farpas poéticas contra a desigualdade social. "É sobre como consumimos símbolos sem questionar suas origens", explica um dos curadores, enquanto ajusta uma peça que parece prestes a cair — propositalmente.
O espaço respira contradições: ali, o cheiro adocicado das frutas contrasta com as duras verdades expostas nas paredes. Visitantes relatam sair com uma estranha mistura de fascínio e desconforto. "Me pegou desprevenido", admite uma professora que preferiu não se identificar.
Quando a arte escorrega na casca
Três motivos para não perder:
- O inesperado: instalações que mudam diariamente, como frutas maduras
- O debate: rodas de conversa com agricultores e artistas — às vezes a mesma pessoa
- O cheiro: sim, o aroma faz parte da experiência (e não, não é artificial)
Críticos já apelidaram a mostra de "trampolim visual" — te joga para cima, mas você nunca cai no mesmo lugar. Enquanto isso, nas redes, memes com as frutas viralizam, provando que a arte, quando é boa, escapa das galerias e invade o imaginário popular.
Detalhe curioso: os organizadores optaram por não vender catálogos. "Queremos que as pessoas levem apenas o que ficar na memória", justificam. E pelo burburinho na saída, parece estar funcionando.