
Era pra ser mais uma noite mágica do Coldplay no Rio, com o estádio lotado de fãs cantando every teardrop is a waterfall. Chris Martin, como sempre, carismático e conectado com a plateia. Mas eis que, do nada, o astro solta uma bomba: cita ninguém menos que Charlie Kirk, fundador da Turning Point USA - grupo conservador americano conhecido por posições… digamos, bastante controversas.
O silêncio que se seguiu foi quase palpável. Você podia ouvir um alfinete cair no Maracanã. Como assim? O mesmo Chris Martin que sempre pareceu nadar nas águas progressistas do mundo artístico?
A citação veio durante um daqueles discursos inspiradores que ele costuma fazer entre uma música e outra. Martin pedia para as pessoas serem legais umas com as outras, algo totalmente dentro do esperado. Mas então… boom. Kirk foi mencionado como exemplo de alguém que "fala coisas com as quais você pode discordar, mas ainda assim merece respeito".
As redes sociais entraram em combustão espontânea
Nem preciso dizer que o Twitter (ou X, como agora querem que a gente chame) simplesmente pirou. De um lado, os fãs mais conservadores comemorando - "finalmente um artista que prega a tolerância de verdade!". Do outro, uma enxurrada de fãs desapontados, chateados, furiosos. A hashtag #Coldplay chegou a ficar entre os assuntos mais comentados no Brasil.
Alguns torceram o nariz, outros aplaudiram. A verdade é que ninguém esperava por isso - talvez nem mesmo a equipe do Coldplay. É aquela coisa: quando você mistura política com música, sempre tem alguém que sai escaldado.
"É complicado quando seus ídolos musicais citam figuras que você considera problemáticas", postou uma fã bastante ativa nas redes. Outros foram mais diretos: "Chris Martin meteu essa? Não acredito!".
O contexto importa - mas ajuda?
Charlie Kirk não é exatamente uma figura consensual. Seus comentários sobre imigração, mudanças climáticas e direitos LGBTQIA+ frequentemente causam polêmica. Para muitos, ver Martin citando-o como exemplo de diálogo foi… no mínimo, estranho.
Será que o vocalista sabia exatamente no que estava se metendo? Difícil dizer. Artistas internacionais nem sempre têm a dimensão completa do cenário político brasileiro - ou americano, nesse caso.
O que ficou claro é que a plateia dividiu-se entre aplausos hesitantes e completo silêncio. Aquela energia típica dos shows do Coldplay - sabe, aquela coisa alegre e unificada - deu uma esfriada momentânea. Mas logo em seguida, as luzes de pulso iluminaram o estádio novamente, e a música voltou a reinar.
Resta saber se foi um comentário isolado, um passo em falso, ou se reflete uma mudança na postura política do artista. Uma coisa é certa: as celebridades precisam cada vez mais navegar com cuidado no campo minado da política global.
No fim das contas, o show continuou, as pessoas dançaram, cantaram e provavelmente vão lembrar dessa noite por mais de um motivo. Mas é inegável: Chris Martin conseguiu, mesmo que sem querer, acender um debate que vai muito além dos acordes de Fix You.