Xilotattoo: a arte de transformar madeira em pele que levou brasileiro a Nova York
Xilotattoo: arte que transforma madeira em tatuagem

Imagine uma tatuagem que não vem apenas da agulha, mas também do formão e do lixamento. Pois é exatamente isso que o xilotattoo oferece — uma fusão inusitada entre marcenaria e arte corporal que está virando sensação.

O criador dessa técnica? Um brasileiro de Sumaré, no interior de São Paulo, que começou esculpindo madeira por hobby e acabou desembarcando em Nova York com sua arte revolucionária.

Madeira que vira pele

Não é magia, mas quase. O processo começa com blocos de madeira maciça — ipê, cedro, mogno — que são transformados em verdadeiras obras-primas em miniatura. Depois de esculpidos, esses relevos são "transferidos" para a pele através de uma técnica especial de tatuagem que preserva cada detalhe do trabalho original.

"É como se a pele absorvesse a alma da madeira", brinca o artista, que prefere não revelar todos os segredos do ofício. Mas adianta: o resultado dura tanto quanto uma tatuagem convencional, com a vantagem de carregar uma história literalmente entalhada.

Do quintal para o mundo

Tudo começou numa pequena oficina nos fundos de casa, onde o artista — antes marceneiro — experimentava combinar suas duas paixões. "Um dia, sem querer, risquei o braço com um pedaço de madeira recém-lixada e a marca ficou parecendo um desenho", conta. Foi o estalo.

Dois anos e muitas tentativas depois, a técnica estava pronta. E não demorou para chamar atenção: primeiro em feiras de arte alternativas pelo Brasil, depois em exposições internacionais. Até que veio o convite para uma residência artística em Brooklyn — onde hoje seu estúdio mistura serragem e tinta para tatuagem.

Por que está fazendo sucesso?

  • Originalidade: cada peça é única, já que depende das veias naturais da madeira
  • Sustentabilidade: utiliza apenas sobras de madeira de reflorestamento
  • Textura: cria efeitos tridimensionais impossíveis com técnicas tradicionais

Nova York já abraçou a novidade — celebridades e colecionadores estão na fila de espera que chega a seis meses. Enquanto isso, em Sumaré, a família do artista mantém um pequeno museu com suas primeiras peças, mostrando que grandes ideias podem mesmo brotar de qualquer lugar.

E você, teria coragem de carregar na pele uma escultura que já foi árvore? A polêmica — e o fascínio — dessa técnica parece só estar começando.