Belém sedia oficinas para transformar teatros da Amazônia em Patrimônio da UNESCO
Belém debate teatros da Amazônia como Patrimônio da UNESCO

Belém está no centro de um movimento que pode colocar a Amazônia no mapa cultural do mundo. De repente, a cidade vira palco de discussões que misturam história, arte e um tanto de esperança. Oficinas de mobilização começaram nesta semana para debater a candidatura dos teatros da região ao título de Patrimônio Mundial da UNESCO.

Não é todo dia que se vê um projeto desses — e olha que Belém já viu muita coisa. Os encontros, que parecem mais uma festa de ideias do que reuniões formais, reúnem desde especialistas de meia-tocada até moradores que só querem ver a cultura local valorizada. "É como se a gente estivesse costurando um tapete gigante de histórias", diz uma das participantes, entre um café e outro.

Por que esses teatros?

Ah, os teatros... Alguns deles são verdadeiras relíquias esquecidas no tempo. Construídos entre o final do século XIX e início do XX, carregam não só arquitetura deslumbrante, mas memórias de espetáculos que marcaram época. O Theatro da Paz, por exemplo, já recebeu até companhias europeias quando o rio ainda era a principal estrada da região.

Mas atenção: não se trata só de preservar paredes e pinturas. O que está em jogo é reconhecer um jeito único de fazer cultura — aquela que mistura influências indígenas, africanas e europeias de um modo que só a Amazônia sabe fazer.

Como funciona o processo?

  • Fase 1: As oficinas (que estão rolando agora) servem para engajar a comunidade e coletar subsídios
  • Fase 2: Preparação do dossiê técnico — trabalho minucioso que pode levar meses
  • Fase 3: Envio à UNESCO e... torcer muito!

Curiosidade: o caminho até o título é mais longo que uma viagem de barco pelo Amazonas. Já o percurso de volta, caso aprovado, pode colocar Belém no roteiro cultural global da noite para o dia.

Quem participa das oficinas garante que o clima é de muita animação, mas também de trabalho duro. "Tem hora que parece aula de história, tem hora que vira debate acalorado, e de repente todo mundo está rindo de alguma lembrança", conta um organizador, visivelmente cansado mas feliz.

E você, acha que esses teatros merecem o reconhecimento mundial? A resposta parece óbvia para quem conhece, mas convencer a UNESCO exigirá mais que paixão — exigirá provas concretas de que esses espaços são, de fato, insubstituíveis.