
Pois é, meus amigos, enquanto o mundo se comoveu com o incêndio da Notre-Dame de Paris, aqui no Brasil temos nossa própria joia que também clama por cuidados – e felizmente, está prestes a recebê-los. A Catedral Basílica da Sé de Mariana, carinhosamente alcunhada de 'Notre-Dame Brasileira', acaba de garantir uma verba e tanto para um restauro de respeito.
Estamos falando de nada menos que R$ 4 milhões, captados através da famosa – e por vezes polêmica – Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Rouanet. A iniciativa partiu da Arquidiocese de Mariana, que conseguiu a aprovação do projeto no final do ano passado. A ideia? Revitalizar integralmente esse monumento que é pura história.
Mais que uma igreja, um pedaço da nossa alma colonial
Construída lá no século XVIII, a Sé de Mariana não é só a primeira cathedral de Minas Gerais; ela é um marco. Um símbolo de resistência e fé que guarda entre suas paredes séculos de arte, devoção e memória. E olha, o trabalho necessário não é pequeno. A ação do tempo, a umidade e outros tantos fatores exigiram intervenções em:
- Fachada e estruturas: Recuperação da pedra e dos elementos externos.
- Interiores e obras de arte: Restauro de pinturas, talhas e ornamentos sacros.
- Sistemas elétricos e de prevenção: Modernização para garantir segurança contra incêndios – aprendemos com a tragédia alheia, não é mesmo?
O projeto já está com a captação aprovada e agora entra na fase de buscar empresas patrocinadoras que queiram embarcar nessa e ter seu nome ligado a uma causa tão nobre. Uma troca justa: abatimento fiscal para elas e a preservação de um patrimônio de todos nós.
Por que isso importa tanto?
Às vezes pode parecer distante, mas cuidar desses monumentos é cuidar da nossa própria identidade. Mariana, como primeira capital de Minas, é um berço cultural inegável. Deixar que sua catedral, matriz de todas as igrejas do estado, se deteriore seria uma perda irreparável. É como apagar uma página fundamental do nosso livro de história.
E não se engane pensando que é só coisa de padre e fiel. O restauro movimenta economia, gera empregos especializados e ainda fortalece o turismo cultural na região. Todo mundo sai ganhando.
Esperança é a palavra de ordem. Ver um projeto desse saindo do papel, especialmente em tempos onde tanto se discute o uso dos recursos da Rouanet, reacende a crença de que é possível, sim, conciliar progresso com preservação. Que o exemplo de Mariana ecoe por outras cidades históricas Brasil afora.