
Era pra ser mais um caso triste nas estatísticas de agressão animal. Mas a história do pitbull Thor — sim, eles deram nome de deus nórdico pro bicho — virou um daqueles roteiros que até Hollywood duvidaria.
Tudo começou quando o animal, visivelmente assustado e sem dono, mordeu um senhor de idade numa rua qualquer de Ribeirão Preto. O caso foi parar nos jornais locais, é claro. Afinal, pitbull + ataque = manchete certa, né?
O lado que a mídia não mostra
Mas aí entra em cena o casal Ana e Marcos — ele, veterinário; ela, professora — que resolveram enxergar além do óbvio. "Quando vimos a foto dele no jornal, percebemos o medo nos olhos do animal", conta Ana, enquanto o tal Thor dorme no sofá como se nunca tivesse feito mal a uma mosca.
O processo não foi fácil (óbvio!). Dois meses de:
- Treinamento comportamental intensivo
- Idas e vindas à justiça — sim, teve processo
- Muita paciência e petiscos (muitos petiscos)
E agora? O "monstrinho" virou xodó da casa. "Ele tem personalidade forte, mas quem não tem, né?", brinca Marcos, mostrando o quintal adaptado onde o cão gasta energia — longe de idosos e perto de muito amor.
Adoção responsável não é conto de fadas
O casal foi enfático: "Não estamos romantizando a situação. Adotar um animal com histórico de agressão exige responsabilidade redobrada". E listaram os requisitos que consideraram essenciais antes da decisão:
- Espaço adequado
- Condição financeira para cuidados veterinários
- Tempo disponível para socialização
- Zero crianças ou idosos em casa
E a vítima? O idoso se recuperou bem e, pasmem, até visitou o cão depois — mas isso é história pra outro dia.
Enquanto isso, Thor agora divide a cama com outros dois vira-latas resgatados. Prova viva de que até os casos mais complicados merecem um final — ou recomeço — feliz.